A inteligência artificial generativa (GAI), impulsionada por modelos de linguagem de grande escala (LLM`s), tem se consolidado como uma das inovações tecnológicas mais significativas atualmente, alterando de forma profunda os modos de operação, processos e tomada de decisão nas organizações. A expansão desse recurso para o âmbito corporativo cria outras possibilidades de automação de processos manuais, ganho de eficiência e desenvolvimento de novos modelos de negócio, mas por outro lado, apresenta incertezas relacionadas à sua aplicabilidade prática, aos impactos sobre a gestão e às implicações éticas decorrentes de seu uso. Diante dessa realidade, emerge a necessidade de compreender como a literatura científica recente tem abordado a adoção da GAI no contexto organizacional, visto que a rápida evolução da tecnologia não é acompanhada, na mesma velocidade, pela consolidação de referenciais que orientem sua implementação. Deste modo, este estudo tem como objetivo mapear o estado da arte sobre a aplicação da inteligência artificial generativa nos negócios, identificando tendências, lacunas e desafios que permeiam a construção do conhecimento acadêmico no tema. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática da literatura recente, fundamentada no protocolo ProKnow-C, que possibilitou a seleção e análise criteriosa de um portfólio com 106 artigos publicados entre 2023 e o primeiro semestre de 2025. A estratégia metodológica compreendeu duas dimensões complementares de investigação: a análise bibliométrica, que permitiu identificar os periódicos de maior relevância, a recorrência de palavras-chave e os padrões de citação predominantes, e a análise sistêmica, voltada à compreensão dos conteúdos e das abordagens conceituais adotadas. Os resultados revelaram a concentração das publicações em periódicos especializados em tecnologia, gestão e inovação, bem como a emergência de quatro eixos temáticos centrais: impactos organizacionais decorrentes da introdução da GAI, competências e capacidades exigidas para sua adoção, ganhos em desempenho e inovação resultantes da implementação, além de aspectos éticos, regulatórios e de governança. Verificou-se que, embora a produção teórica seja expressiva, há carência de estudos empíricos capazes de demonstrar a efetividade da tecnologia em contextos reais de gestão, evidenciando a distância existente entre a elaboração conceitual da literatura e sua aplicação prática no ambiente organizacional. Esse cenário reforça a necessidade de direcionar esforços futuros para pesquisas aplicadas de cunho empírico, capazes de mensurar de forma sistemática os efeitos da GAI sobre a produtividade, a competitividade e a transformação organizacional. Diante de tais constatações, foi possível concluir que o campo de investigação se encontra em plena expansão e crescimento, tal qual a tecnologia. Entretanto, ainda carece de maturidade quanto à articulação entre teoria e prática, sendo imprescindível a produção de evidências robustas que sirvam de apoio a gestores para implementação nas organizaçoes, principalmente no que tange a tomada de decisão. Ao consolidar as principais contribuições e lacunas da literatura recente, este estudo fornece insights relevantes tanto para a comunidade acadêmica quanto para profissionais interessados em compreender e orientar o processo de adoção da inteligência artificial generativa nas organizações, ampliando a compreensão sobre seu potencial transformador e os desafios associados à sua utilização em contextos reais de negócio.