A colonialidade, essencialmente edificante dos aspectos culturais fundamentais aquilo que se entende por Brasil, esta cravejada na identidade brasileira. Os símbolos assumidos, as cores, essências, sons e tudo que se possa imaginar, fazem parte da invenção estética deste país. Os sistemas de poder por aqui instalados e praticados ao longo do tempo, devem ser estudados amplamente pela Nova História crítica para que possamos avançar na direção compreensiva daquilo que nos tornamos enquanto nação. A contemporaneidade enquanto conceito em suas múltiplas possibilidades analíticas deve ser cuidadosamente analisada para que possamos compreender as complexas relações histórico filosóficas que permeiam nossas realidades sociopolíticas econômicas e culturais. A conceitualização do processo educacional faz-se fundamental nesta perspectiva, é elementar estruturar historicamente os modelos educacionais predominantes no Brasil contextualizando transitoriamente os conceitos educacionais nos devidos aspectos sociopolíticos econômicos e culturais que consequentemente os definem. Os conceitos histórico-filosóficos eurocêntricos que fundamentam a república brasileira em suas múltiplas representações estéticas e linguísticas revelam amplas possibilidades documentais para estudos historiográficos que em análise nos permitem dar continuidade aos aprofundamentos acadêmicos acerca das influências ideológicas no contexto da formação identitária e educacional brasileira. Metodologicamente a análise bibliográfica foi determinante para as definições conceituais que conduziram à situação problema proposta nesta pesquisa. No Brasil as influências acadêmicas ideológicas apropriadas pelas elites socioeconômicas locais são evidências notórias a serviço da continuidade dos processos estruturais seculares que permearam o colonialismo latino ibérico americano, assim princípios positivistas e militaristas difundem-se sob o lema da ordem e do progresso, as ciências jusnaturalistas serviram como artefato intelectual para perpetuar a continuidade da ordenação hierárquica até então predominante. Analisar os processos educacionais que acompanharam ideologicamente as diferentes fases históricas do país, caracterizando a predominância das ideias positivistas que a partir do século XIX alicerçaram ideologicamente a manutenção dos ideais colonialistas, em contraponto, as ideologias críticas, sobretudo após a Declaração dos Direitos Humanos é intenção investigativa do estudo realizado. Realizamos pesquisas analíticas de caráter revisional bibliográfico que permitiram evidenciar e conceitualizar os termos: Educação contemporânea – Estruturas ideológicas – Liberdades, direitos e deveres - em suas múltiplas possibilidades de interpretação no contexto de nossas sociedades contemporâneas, evidenciando modelos educacionais disruptivos. Dos legados indígenas espiritualistas e comunitários aos rituais antropofágicos tem-se a dimensão da diversidade cultural que compõe os primeiros modelos educacionais antes da chegada dos europeus à América. A chegada dos Jesuítas, da catequização aos ideais iluministas, as primeiras universidades, a educação positivista no contexto da primeira república, a introdução das literaturas críticas, até os dias atuais, faz-se volumosa na representação estrutural europeia no Brasil. O controle e manutenção do poder sob a influência dos sistemas econômicos predominantes ao longo da história brasileira influenciam diretamente as pretensões de estado e governo a respeito daquilo que se pratica e entende-se por educação. A história da educação brasileira é marcada por permanências e rupturas, fortemente influenciada por interesses políticos e econômicos. Desde suas origens, observa-se uma descontinuidade nas políticas educacionais, em que cada governo busca imprimir sua marca, muitas vezes desconsiderando o que foi anteriormente construído. Para compreender de forma aprofundada a atual conjuntura educacional, é imprescindível analisar sua constituição histórica. Apesar dos avanços legais e institucionais, o ensino brasileiro ainda é excludente e elitista, e o país chegou ao final do século XX sem resolver problemas já superados por outras nações. A marca da descontinuidade permanece, e a meta da universalização do direito à educação continua sendo adiada. Conclui-se que, a partir do resgate e da compreensão do passado, torna-se possível não apenas entender melhor a realidade educacional atual, mas também contribuir para que a história da educação brasileira seja reescrita de forma mais justa, democrática e transformadora.
Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.