A educação ambiental na infância constitui um eixo estratégico para a formação de valores sustentáveis e de comportamentos voltados à preservação do meio ambiente, sendo os projetos de extensão universitária instrumentos essenciais para articular ciência, sociedade e educação básica e para promover a formação integral dos acadêmicos; nesse contexto, o projeto de extensão Química Social, em parceria com o Porto de Itajaí, desenvolveu a oficina “A Tartaruga Tina e o Plástico no Mar”, destinada a crianças em idade pré-escolar, com o objetivo de sensibilizá-las quanto aos impactos dos resíduos plásticos nos ecossistemas marinhos. A atividade integrou narrativa lúdica, dinâmicas participativas e experimentos de observação, como a simulação de um fundo do mar e o experimento “Boia ou Afunda?”, possibilitando reflexão sobre a presença de objetos no oceano e sobre os efeitos da poluição na fauna marinha. A metodologia favoreceu aprendizagem ativa, sensorial e afetiva, permitindo a apropriação de conceitos científicos complexos por meio da experiência prática e estimulando a construção do conhecimento de forma significativa. A condução das atividades com crianças pequenas exigiu adaptação da linguagem e das estratégias pedagógicas para manter atenção e engajamento, evidenciando o papel formativo da extensão na construção de habilidades comunicativas, empatia, criatividade e consciência ambiental nos acadêmicos. A interação com as crianças revelou que sua espontaneidade, curiosidade e capacidade de sonhar estimulam reflexões sobre responsabilidade socioambiental, resgatando valores de protagonismo frequentemente negligenciados em contextos adultos e demonstrando que ações conscientes, mesmo pequenas, podem gerar impactos relevantes. Essa dinâmica evidenciou que o imaginário infantil, marcado pela crença em “salvar o mar” ou “ser herói dos animais”, constitui recurso potente de mobilização socioambiental, ao mesmo tempo em que promove aprendizagens mútuas: as crianças assimilam noções de sustentabilidade e os estudantes reconhecem a importância de unir conhecimento científico e valores humanos em práticas transformadoras. Os resultados apontaram elevado engajamento e interesse por parte dos participantes, que formularam hipóteses, manifestaram curiosidade investigativa e expressaram desejo de proteger os animais marinhos; paralelamente, observou-se desenvolvimento nas competências dos acadêmicos para planejar e executar intervenções educativas adequadas à primeira infância. Conclui-se que o projeto Química Social, por meio da oficina “A Tartaruga Tina e o Plástico no Mar”, evidencia a relevância da extensão universitária como espaço de articulação entre ciência, educação e sociedade, promovendo experiências interativas, sensíveis e transformadoras capazes de integrar conhecimento científico, habilidades socioemocionais e valores de sustentabilidade, contribuindo simultaneamente para a conscientização ambiental infantil e para a formação integral dos estudantes universitários.