• Resumo

    A presença feminina brasileira nas olimpíadas em Paris 2024

    Data de publicação: 05/12/2025

    Este trabalho teve como objetivo analisar a presença feminina brasileira nos Jogos Olímpicos de 2024. A pesquisa caracteriza-se como um estudo de revisão da literatura, aliado à coleta de dados em sites governamentais e na plataforma do Comitê Olímpico do Brasil (COB), contemplando informações sobre atletas, modalidades, registros fotográficos e resultados. Além disso, buscou-se investigar os projetos desenvolvidos pelo COB voltados à equidade de gênero, em especial aqueles que abordam as mulheres no esporte e os programas de incentivo ao desenvolvimento do esporte feminino, com a finalidade de ampliar o acesso e a participação das mulheres nesse contexto. O estudo também resgatou a trajetória histórica da participação feminina nos Jogos Olímpicos, evidenciando sua evolução e as barreiras enfrentadas ao longo do tempo. Entre elas, destacam-se a visão masculinizada das mulheres atletas, o preconceito relacionado às transformações físicas decorrentes da prática esportiva e o temor quanto a supostas dificuldades de procriação, em um período em que as mulheres eram predominantemente vistas sob a ótica da reprodução. Nesse sentido, o trabalho apresenta as primeiras atletas que integraram os Jogos Olímpicos, destacando os desafios enfrentados, e descreve a evolução da presença feminina desde 1900, ano marcado pela estreia das mulheres na competição, até a participação brasileira em edições subsequentes, trazendo dados concretos que permitem compreender as diferentes nuances dessa trajetória no cenário olímpico. Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a participação feminina brasileira alcançou um marco histórico. Pela primeira vez, as mulheres foram maioria na delegação do Time Brasil e, além disso, conquistaram mais medalhas do que os homens, consolidando-se como protagonistas do desempenho olímpico nacional. Das 20 medalhas conquistadas pelo Brasil, 12 foram alcançadas por mulheres, representando 60% do total, número que inclui a medalha de bronze da equipe mista de judô. Os resultados mais expressivos também vieram delas, como os ouros de Rebeca Andrade, na ginástica artística; de Beatriz Souza, no judô; e da dupla Ana Patrícia e Duda, no vôlei de praia. Outro destaque foi a mesatenista Bruna Alexandre, de 29 anos, que fez história ao participar, na mesma edição, tanto dos Jogos Olímpicos quanto dos Jogos Paralímpicos. No cenário internacional, a evolução da participação feminina nos Jogos Olímpicos também revela avanços significativos. Em 1900, ano em que as mulheres competiram pela primeira vez, representavam apenas 2,2% do total de atletas mulheres. Em Tóquio 2020, esse percentual já havia alcançado 48%, e em Paris 2024 o número chegou a 50%, atingindo pela primeira vez a paridade de gênero. Esse resultado foi viabilizado, em grande parte, pela implementação de uma mudança de regra que garantiu maior equidade, onde 91% dos Comitês Olímpicos Nacionais (CONs) asseguraram a participação feminina em suas delegações. Dessa forma, Paris 2024 não apenas consolidou a força do esporte feminino brasileiro, mas também simbolizou um avanço mundial em termos de representatividade, equidade de gênero e protagonismo das mulheres.

Anais do Seminário de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Itajaí

Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.

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