• Resumo

    Candidíase e infecção urinária na gravidez: influência de fatores nutricionais e de saúde em gestantes de alto risco

    Data de publicação: 05/12/2025

    A gestação é um processo fisiológico, mas pode apresentar riscos à saúde da gestante e do feto devido a diversas mudanças nesse período. O acompanhamento pré-natal é crucial para promover a saúde materno-fetal e tratar possíveis complicações. Entre as infecções comuns na gestação, a candidíase e infecções do trato urinário (ITU), podem surgir e levar a complicações sérias. A incidência de ITUs e candidíase na gestação são recorrentes, devido a alterações anatômicas, fisiológicas, além dos níveis de estrogênio elevados neste período. O presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de candidíase, infecção urinária e fatores associados em gestantes atendidas em um Ambulatório de Gestação de Alto Risco Regional. Trata-se de uma pesquisa transversal do tipo descritiva e quantitativa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVALI (Sob n. 7.173.706). Foi aplicado um questionário com 100 gestantes voluntárias, acima de 18 anos, contendo dados sobre ocorrência de ITUs e candidíase, relacionando-os a fatores de saúde e com aplicação de um Questionário de Frequência Alimentar (QFA). Os dados foram tabulados no Microsoft Excel® utilizando estatística descritiva por meio de frequências absolutas (n) e relativas (%) para posterior análise. Os resultados evidenciaram que antes da gestação 22% (n=22) apresentaram histórico de ITUs, enquanto 17% (n=17) relataram candidíase nesse mesmo período. Quanto a ocorrência de ambas as patologias, foram identificadas em 11% (n=11) das participantes. Durante a gestação, 36,2% (n=34) apresentaram infecção urinária, 11,7% (n=11) apresentaram candidíase e 10,6% (n=10) referiram ambos. Destas, 11,2% (n=11) afirmaram ter histórico de candidíase e infecção urinária antes da gestação, 89,4% (n=84) das gestantes não realizaram nenhuma intervenção natural para amenizar a patologia e 78,6% (n=77) não conhecem nenhuma planta para o tratamento. Apenas 27,3% (n=27) referiram o uso do cranberry (Vaccinium macrocarpon) para tratar a ITU e 92,9% (n=91) nunca utilizaram chás para amenizar estas doenças. Foi possível observar que, em relação à Escala de Bristol, 12% (n=12) das gestantes entrevistadas referiram que suas fezes eram tipo 1, 23% (n=23) relataram tipo 2 e 46 % (n= 46) das gestantes apresentaram o tipo 3. Em relação a frequência evacuatória durante este período, 46% (n= 46) das participantes relataram evacuar 1x ao dia, enquanto apenas 6% (n=6) relataram evacuar menos de 3x na semana. Observou-se a prevalência de 32% (n=32) para a ingestão de 3 garrafinhas ou mais de 500 ml, e 35% (n=35) para 5 garrafinhas ou mais de 500ml, enquanto, apenas 5% (n=5) ingerem menos de 1 garrafinha de 500 ml ao dia. A maioria das entrevistadas relatou estresse durante a gestação, com prevalência de 78% (n=78). Quanto a frequência alimentar, 64% ingerem feijão, 85% frutas, 83% legumes e verduras, 52% utilizam bebidas adoçadas, 24% consomem macarrão instantâneo, salgadinhos e biscoito salgado, 23% ingerem doces e 78% utilizam temperos naturais. Conclui-se, que a candidíase e infecções do trato urinário tornam-se recorrentes durante a gestação devido, às alterações hormonais frequentes neste período, evidenciando o imprescindível acompanhamento nutricional no período gestacional. Portanto, é de suma importância o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, os quais auxiliam no controle de infecções e problemas congênitos para a gestante e ao feto.

Anais do Seminário de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Itajaí

Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.

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