• Resumo

    Desempenho no teste de argolas de seis minutos em indivíduos com DPOC

    Data de publicação: 05/12/2025

    A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma condição caracterizada por uma limitação ao fluxo aéreo expiratório progressivo e não reversível, acompanhado de sintomas respiratórios crônicos como, dispneia, tosse e produção de muco, causados por anormalidades nas vias aéreas, impactando a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Indivíduos com DPOC frequentemente demonstram dificuldades na realização de atividades de membros superiores, principalmente durante atividades de braço sem suporte, consequência da maior demanda metabólica e ventilatória na realização dessas atividades, desencadeando fadiga e sensação de dispneia. Neste sentido, o teste de argolas de 6 minutos (TA6), por ser um teste ergométrico de membros superiores, tem sido demonstrado como um método confiável, de fácil aplicação e utilizado como uma ferramenta rápida e econômica para avaliar a capacidade funcional dos membros superiores. O objetivo do estudo foi avaliar o desempenho no teste de argola de seis minutos com os valores de normalidade em indivíduos com DPOC. Foi um estudo quantitativo do tipo transversal aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa de uma universidade no litoral norte Catarinense. Foi realizado em um ambulatório de avaliação da função pulmonar no período de um ano. A amostra foi de conveniência, incluindo indivíduos de ambos os sexos, com idade adulta e com diagnóstico de DPOC em condição clínica estável. Foram excluídos da amostra os indivíduos que apresentaram qualquer limitação que impedissem a realização segura do teste proposto. O TA6 foi utilizado para avaliar a capacidade funcional de MMSS, com os indivíduos sentados de frente para uma placa que continha quatro pinos; dois pinos posicionados na altura do ombro do participante e os outros dois 20 cm acima. Em cada um dos dois pinos inferiores foram colocadas 10 argolas. Os participantes foram orientados a mover o maior número de argolas possível dos dois pinos inferiores para os dois pinos superiores, usando as duas mãos simultaneamente. Quando todas as argolas eram movidas para os pinos da parte superior, os indivíduos deveriam inverter o sentido e trazer as argolas para os pinos inferiores, e assim sucessivamente. A pontuação foi dada pelo número de argolas que o participante conseguiu mover no tempo de seis minutos. Para os pacientes que relataram muito cansaço, foi permitido o descanso durante o teste, porém sem interrupção da contagem do tempo cronometrado. O valor de referência do TA6 foi calculado a partir da seguinte equação: 676,34 − (4,223 × idade). Para análise estatística, o programa utilizado foi o Statistical Package for Social Science Software (SPSS 23.0). Os valores foram expressos como média, desvio padrão e frequência. Dos 31 participantes que constituíram a amostra, 58,06% eram do sexo feminino e 41,94% eram do sexo masculino. A média de idade foi de 62,8±13,08 anos. O valor mínimo de argolas movidas pelos participantes foi de 192 e o valor máximo foi de 366, com média de 266,06±48,02. A média dos valores de referência foi 451±73. O TA6 demonstrou ser uma ferramenta confiável para avaliar a capacidade de exercícios de membros superiores que se destaca por sua facilidade na aplicação e baixo custo. Foi observado no presente estudo que os participantes alcançaram números de argolas movidas inferiores aos valores previstos, indicando uma intolerância ao exercício de membros superiores. Os resultados reforçam a importância do entendimento da presença da fraqueza muscular periférica em indivíduos com DPOC e sua influência nas atividades de vida diária e sugere que a avaliação rotineira com o TA6 pode ser uma forma útil para avaliar a capacidade de exercícios de membros superiores nessa população.

Anais do Seminário de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Itajaí

Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.

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