A Educação Física escolar se estabelece como um campo de intervenção que vai além do mero movimento. Seu objeto de estudo são as culturas corporais e de movimento, e ela atua como um espaço fundamental para a construção de valores, inclusão e desenvolvimento integral dos alunos. Nesse contexto, a inclusão de estudantes com deficiência exige uma abordagem cuidadosa e bem-estruturada. Práticas pedagógicas que acolhem, estimulam e respeitam as individualidades de cada aluno são essenciais para promover a participação plena. Isso, por sua vez, demanda profissionais altamente preparados, ambientes escolares acessíveis e a adoção de metodologias adaptadas, que favoreçam a “equivalência motora” — o direito de todos ao movimento e à aprendizagem, independentemente de suas habilidades. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, PIBID, na Escola de Educação Básica Paulo Bauer, em Itajaí/SC, representa um exemplo prático dessa abordagem. O programa tem como objetivo principal tornar as aulas de Educação Física mais criativas, reflexivas e, acima de tudo, inclusivas. O projeto não apenas valoriza a profissão docente, mas também enriquece o processo de ensino-aprendizagem com a aplicação de novas metodologias e materiais pedagógicos adaptados à realidade da escola.Nesse cenário, o relato das experiências vividas no projeto destaca os desafios e as perspectivas da Educação Física Adaptada na construção de um ambiente escolar verdadeiramente inclusivo. As práticas desenvolvidas demonstram que aulas adaptadas podem aprimorar significativamente as experiências educacionais dos alunos, permitindo que eles desenvolvam habilidades motoras, participem de interações sociais e se integrem de forma mais efetiva à comunidade escolar. A inclusão de princípios de Educação Física inclusiva beneficia não apenas os estudantes com deficiência, mas também promove um ambiente de empatia e compreensão mútua entre todos os alunos. A vivência prática oferecida pelo PIBID na Escola Paulo Bauer tem sido crucial para a formação de futuros profissionais, capacitando-os para uma pedagogia inclusiva. O programa funciona como um catalisador para uma educação mais igualitária, formando professores capazes de atuar como agentes de mudança. Reforça-se, assim, a necessidade de investir em programas que capacitem os futuros educadores a promover a inclusão e garantir o direito ao movimento e à aprendizagem para todos.
Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.