• Resumo

    Atuação da Enfermagem na promoção do aleitamento materno em ambiente hospitalar

    Data de publicação: 05/12/2025

    O Aleitamento Materno (AM), é essencial para o recém-nascido, pois une nutrição adequada, proteção contra infecções e estímulo ao desenvolvimento físico e afetivo, fortalecendo o vínculo mãe-bebê. Para as mães, o AM auxilia no período do pós-parto e contribui para a prevenção de alguns tipos de câncer como por exemplo, o de mama. Embora existam recomendações e estratégias governamentais que promovem o AM, muitas mulheres ainda encontram obstáculos no processo da amamentação, o que reforça a importância da equipe de enfermagem no apoio e na promoção dessa prática tanto nos Centros de Parto Normal (CPN) quanto nos Alojamento Conjunto (AC). A pesquisa teve como objetivo conhecer o papel da equipe de enfermagem na promoção do AM em uma maternidade da Grande Florianópolis. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, exploratória e descritiva, com profissionais de enfermagem de um CPN e de um AC de uma maternidade localizada em um município do litoral de Santa Catarina. Os dados foram coletados por meio de um questionário elaborado pelas pesquisadoras e analisados por estatística descritiva. A pesquisa foi aprovada sob o parecer CAAE: 85189524.0.0000.0120. Quanto às características dos profissionais de enfermagem, a amostra foi composta por 34 participantes, todas do sexo feminino. Predominaram técnicas de enfermagem, 70,6% (n=24), seguidas por enfermeiras, 29,4% (n=10), das quais 90% (n=9) possuíam pós-graduação. Em relação ao setor, 61,8% (n=21) atuavam no CPN e 38,2% (n=13) no AC. A faixa etária mais prevalente foi de 21 a 30 anos com 38,2% (n=13), seguida de 41 a 50 anos com 29,4% (n=10). Quanto à experiência, 23,5% (n=8) tinham entre 1 e 3 anos e 23,5% (n=8) entre 3 e 5 anos de atuação. Além disso, 61,8% (n=21) já haviam participado de cursos de capacitação em amamentação. Ao identificar práticas e protocolos sobre AM, observou-se que 94,1% (n=32) realizavam orientações sobre amamentação e apenas 5,9% (n=2) relataram não realizar. Contudo, 64,7% (n=22) afirmaram não existir protocolos escritos em seus setores, e 35,3% (n=12) relataram sua presença. A maioria, 76,5% (n=26) apontou que a instituição oferece capacitações sobre o tema, ao passo que 23,5% (n=8) negaram a existência. Quanto a se sentirem segurança nas orientações, 97,1% (n=33) se consideravam seguras enquanto 2,9% (n=1) relatou insegurança. Sobre o uso de métodos de educação em saúde, 85,3% (n=29) não utilizavam materiais didáticos, predominando a orientação verbal. Todas as profissionais orientavam sobre posição e pega corretas, e 85,3% (n=29) abordavam a dor durante a amamentação. Entre os apetrechos recomendados pelas profissionais, destacaram-se o copinho, 73,5% (n=25) e as rosquinhas para mamilos, 70,6%(n=24). Sobre o uso de fórmula láctea, 91,2% (n=31) indicaram sua necessidade em casos de hipoglicemia neonatal, 58,8% (n=20) em situações de baixa produção de leite ou intercorrências mamárias, e apenas 8,8% (n=3) lembraram de sua indicação para mães com HIV. Para apoio pós-alta, 88,2% (n=30) recomendaram procurar um consultor de lactação, enquanto apenas 3,5% (n=8) citaram buscar informações na internet. De modo geral, os resultados mostraram que a equipe de enfermagem tem papel essencial na promoção do AM, atuando com dedicação ao orientar e acolher as mães no período pós-parto. Entretanto, observou-se a ausência de protocolos institucionais consolidados e a oferta limitada de capacitações, fatores que comprometem a padronização das práticas e a qualidade da assistência. Recursos como esses são indispensáveis para garantir segurança profissional e melhor experiência de cuidado às puérperas. Assim, ao destacar práticas efetivas, mas também fragilidades e possibilidades de avanço, este estudo reforça a importância de investir em políticas de apoio ao AM e em estratégias que qualifiquem cada vez mais o atendimento materno-infantil.

Anais do Seminário de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Itajaí

Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.

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