• Resumo

    Mapeamento geoespacial como ferramenta de planejamento: vivência acadêmica em Itajaí

    Data de publicação: 05/12/2025

    A territorialização representa um dos eixos centrais da Atenção Primária à Saúde (APS), pois possibilita a aproximação entre gestão, equipes e comunidade, fortalecendo o planejamento das ações e a equidade na organização dos serviços. No entanto, a constante expansão urbana e as transformações demográficas impõem o desafio de manter os territórios atualizados, assegurando que a Estratégia Saúde da Família (ESF) atue de forma eficaz e orientada pelas necessidades da população. No município de Itajaí (SC), esse contexto motivou a execução de um projeto de intervenção no âmbito do estágio supervisionado em saúde coletiva, direcionado à revisão e atualização da representação geoespacial de duas regionais da Rede ESF. Relatar os impactos do estágio supervisionado no processo de atualização geoespacial das regionais 01 e 03 da ESF de Itajaí, destacando contribuições para a gestão em saúde e para o processo formativo dos estudantes. Trata-se de um relato de experiência descritivo e qualitativo, desenvolvido entre agosto e setembro de 2025, no âmbito do estágio supervisionado em saúde coletiva. O trabalho foi realizado em parceria com a Diretoria de Saúde e coordenação da ESF do município, envolvendo consultas bibliográficas, análise de dados fornecidos pela gestão municipal e utilização do software Google Earth para revisão das áreas de abrangência. O processo metodológico incluiu: verificação de limites territoriais previamente estabelecidos, identificação de inconsistências nos mapas, rodas de conversa com equipes da ESF e validação das atualizações com o apoio dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O estágio supervisionado possibilitou a construção de uma representação cartográfica mais precisa das microáreas das regionais estudadas, tornando-as mais adequadas à realidade populacional. A participação dos ACS revelou-se estratégica, pois seu conhecimento empírico sobre famílias e comunidades contribuiu para corrigir inconsistências e ajustar fronteiras. Entre os impactos observados, destacam-se: maior clareza na definição das áreas de abrangência, fortalecimento da integração entre universidade e serviço de saúde, além do reconhecimento da territorialização como ferramenta fundamental de gestão. Para os estudantes, a experiência proporcionou aprendizado prático no uso de ferramentas tecnológicas aplicadas à saúde coletiva, ampliou a compreensão sobre o papel da APS na organização do sistema e desenvolveu competências voltadas à análise crítica, planejamento e gestão. A atualização geoespacial realizada no contexto do estágio supervisionado demonstrou impactos significativos tanto para a rede de serviços quanto para a formação acadêmica. Do ponto de vista assistencial, os mapas atualizados contribuem para o aprimoramento do planejamento territorial, a equidade na distribuição de recursos e o fortalecimento do processo de trabalho das equipes da ESF. No âmbito formativo, a vivência possibilitou a integração teoria-prática, a valorização da participação social e o uso crítico de tecnologias digitais no cuidado em saúde. Assim, o relato reforça que a territorialização, quando conduzida de forma colaborativa, constitui um instrumento potente de gestão e uma experiência pedagógica transformadora, alinhada aos princípios do Sistema Único de Saúde.

Anais do Seminário de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Itajaí

Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.

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