Este estudo tem como objetivo principal analisar as práticas corporais esportivas para além da técnica e da competição como possibilidade de cooperação e inclusão de estudantes do Ensino Médio. Os esportes coletivos, os jogos cooperativos e as atividades rítmicas, oferecem um ambiente propício para o desenvolvimento de habilidades motoras básicas e específicas, bem como para a vivência de experiências inclusivas e colaborativas. Enquanto sistemas de comunicação motriz, tais práticas corporais refletem as relações sociais e possibilitam o aprendizado de regras, papéis, interações humanas, construção de valores como empatia, solidariedade, respeito mútuo e responsabilidade coletiva. No Ensino Médio, etapa marcada por intensas transformações físicas, emocionais e sociais, essas práticas ganham ainda mais relevância, pois para os adolescentes, em busca de autonomia e pertencimento, essas vivências oportunizam competências socioemocionais, como liderança, cooperação, escuta ativa e resolução de conflitos. Além disso, ao vivenciar práticas que respeitam a diversidade de habilidades e características individuais, os estudantes ampliam sua compreensão sobre inclusão e equidade, aspectos fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa. A experiência foi conduzida no âmbito do estágio supervisionado obrigatório e das atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, em uma escola pública estadual localizada no município de Itajaí, Santa Catarina, durante o primeiro semestre do ano de 2025. O percurso metodológico revela uma abordagem qualitativa, descritiva, do tipo relato de experiencia. Conduzidos pelos instrumentos: observação do campo, planos de ensino, planos de aula, relatórios analíticos e relatório final. Em quatorze encontros de cinco horas na escola, as experiências focaram na promoção de práticas esportivas com ênfase na cooperação, no respeito à diversidade e na inclusão, buscando estimular o pensamento crítico e a tomada de decisão dos estudantes. As categorias encontradas foram: Para além da técnica: as práticas corporais esportivas como estratégia para o engajamento na Educação Física e na vida cotidiana; Relações e comportamento: autonomia, cooperação e inclusão; não é aula livre: o estágio e a experiência de ser professor. Os principais resultados apontam para um significativo engajamento dos alunos, aprimoramento das habilidades socioemocionais e uma percepção ampliada das práticas corporais esportivas como ferramentas de integração e desenvolvimento integral, superando a visão meramente competitiva. A ênfase na cooperação e na inclusão permitiu que alunos com diferentes níveis de habilidade se sentissem valorizados e parte integrante do grupo, superando barreiras e preconceitos. Os desafios encontrados na experiência de ser professor sugerem a necessidade de adaptação constante das atividades e a gestão de grupos heterogêneos, flexibilidade e criatividade na aplicação das propostas, sempre em diálogo com os estudantes.
Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.