O presente trabalho discute a formação antirracista de professores da Educação Infantil por meio do uso de histórias em quadrinhos (HQs) como recurso pedagógico. A investigação parte da constatação de que o racismo estrutural é um fenômeno enraizado na sociedade brasileira e que se manifesta também nos espaços escolares, impactando o desenvolvimento de crianças negras desde a infância. As HQs são compreendidas como instrumentos capazes de promover leitura crítica, valorização da diversidade e construção de identidades positivas, uma vez que articulam elementos verbais e visuais que despertam interesse e possibilitam reflexões. O estudo fundamenta-se em autores como Almeida (2019), Ribeiro (2019), Freire (1989), Vygotsky (1984) e Oliveira (2024), além de documentos legais como a Lei 10.639/2003, a Lei 11.645/2008, o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010) e a BNCC. A metodologia adota abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, combinando pesquisa bibliográfica, documental e análise de obras de HQs que abordam a questão racial. Os resultados parciais indicam que as HQs contribuem para ampliar o repertório docente, despertar a consciência crítica de educadores e estudantes e fortalecer práticas antirracistas na Educação Infantil, em especial em contextos marcados por desigualdades raciais, como Balneário Camboriú, que abriga uma comunidade quilombola remanescente. Conclui-se que a integração das HQs ao currículo infantil é um caminho promissor para a construção de uma educação mais equitativa, plural e sensível às realidades étnico-raciais.
Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.