Esta pesquisa analisa a trajetória do conceito de práticas corporais na legislação educacional brasileira e na produção acadêmica da Educação Física, entre 1994 e 2024. Partindo do reconhecimento de que o termo ocupava posição secundária nas concepções críticas dos anos 1980-1990, o estudo investiga como sua apropriação pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) representa um esvaziamento de seu potencial crítico e político, reduzindo-o a competências técnicas alinhadas a perspectivas neoliberais. Por meio de uma análise da literatura e análise documental, identificam-se as transformações semânticas e os embates teórico-políticos que marcam a história do conceito. Os resultados preliminares indicam que a noção de práticas corporais foi inicialmente subsumida a constructos como "cultura corporal" e "cultura de movimento", ganhando densidade conceitual apenas tardiamente, em meio a disputas entre projetos pedagógicos antagônicos. Conclui-se que a trajetória do conceito reflete tensões mais amplas no campo da Educação Física, entre perspectivas emancipatórias e tendências tecnicistas em consonância com o uso instrumental pela BNCC, com diretas implicações para a prática pedagógica.
Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.