• Resumo

    Visão geral das variáveis e abordagens terapêuticas do comprometimento cognitivo induzido pela quimioterapia: uma revisão de escopo

    Data de publicação: 05/12/2025

    O comprometimento cognitivo relacionado à quimioterapia (CCRQ), ou popularmente chamado de “Quimiocérebro”, “Chemobrain” e “Chemofog” é caracterizado pelo rebaixamento ou alterações significativas das funções cognitivas como: comprometimento de aprendizagem, memória, atenção, velocidade de processamento, habilidades verbais e visuoespaciais, multitarefa e comportamento direcionado por objetos e comprometimento das funções executivas (Murillo; Sutachan; Albarracín, 2023; Lange et al., 2019; Taillibert; Rhun; Chamberlain, 2016; Janelsins et al., 2022). Embora se perceba as alterações, os mecanismos envolvidos estão incertos, pesquisadores tem associado as alterações ao efeito citotóxico sistêmico da quimioterapia que resulta em efeitos fisiológicos prejudiciais a função cognitiva, como: elevação de citocinas inflamatórias no organismo, gerando inflamação (Janelsins et al.,2022), estresse oxidativo, alterações da substância branca (Cauli, 2021), alterações das substâncias cinzenta e hipotálamo, encurtamento dos telômeros e neurotoxicidade direta causada por agentes antineoplásicos que atravessam a barreira hematoencefálica (Haller et al., 2023). Autores como Buskbjerb et al. (2019), defendem a ideia da associação do próprio câncer e fatores genéticos do paciente como contribuintes para a CCRQ. Porém, ao examinar a literatura brasileira não foram encontrados muitos estudos que abordem está temática, embora ela esteja sendo discutida por vários pesquisadores em nível internacional. Todos os dados acerca dos mecanismos, sintomas e estratégias de intervenção encontrados se resumem ao contexto norte americano, europeu e asiático, assim apresentando um déficit de pesquisas brasileiras considerando a estimativa de câncer para o Brasil. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o triênio 2023-2025 são esperados um aumento de 704 mil novos casos de câncer, sendo estimado, somente para Santa Catarina, 25.090 novos casos, exceto câncer de pele não melanoma (Brasil, 2022). Ao considerar o aumento na incidência e levando em consideração que a quimioterapia é uma das principais estratégias de intervenção para o câncer, os pacientes oncológicos brasileiros estão suscetíveis de sofrer alterações cognitivas, sendo necessário investigar tais efeitos no contexto brasileiro. Assim, a presente pesquisa partiu da seguinte questão problema: quais os fatores de risco para o desencadeamento do comprometimento cognitivo relacionado à quimioterapia e as alternativas terapêuticas utilizadas no tratamento e reabilitação cognitiva destes pacientes? O objetivo geral foi: identificar em bases de dados nacionais e internacionais os fatores de risco envolvidos no desenvolvimento do comprometimento cognitivo e levantar as intervenções existentes para o tratamento e reabilitação.

Anais do Seminário de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Itajaí

Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.

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