A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa progressiva caracterizada por declínio cognitivo, perda de memória, alterações de comportamento e comprometimento funcional. É a principal causa de demência em idosos, afetando aproximadamente 10% da população com idade superior a 65 anos. As projeções da Organização Mundial da Saúde indicam que até 2050 cerca de 132 milhões de indivíduos poderão ser afetados, configurando um grave problema de saúde pública, com impacto social e econômico significativo. Os tratamentos atualmente disponíveis, como inibidores da acetilcolinesterase e antagonistas de receptores NMDA, têm eficácia limitada, atuando apenas de forma sintomática e sem modificar a progressão da doença. Dessa forma, há crescente interesse em compostos multialvo, capazes de modular simultaneamente diferentes vias patológicas, incluindo degradação colinérgica, metabolismo de monoaminas, fosforilação de proteína tau e agregação de beta-amiloide. Iridoides naturais, como o plumierídeo (PLU), têm demonstrado efeitos neuroprotetores, anti-inflamatórios e antioxidantes, com potencial de melhorar déficits cognitivos e comportamentais em modelos animais. Este estudo avaliou a capacidade do PLU em reverter alterações cognitivas e comportamentais induzidas por estreptozotocina (STZ) em camundongos, bem como sua afinidade e interações moleculares com proteínas chave na DA por docking. Os resultados comportamentais mostraram melhora significativa na memória de reconhecimento, memória espacial, memória aversiva, redução da ansiedade e efeito antidepressivo. As análises de docking demonstraram afinidade relevante do PLU com AChE, BChE, MAO-B, GSK-3β, β-secretase e receptor D2, sugerindo mecanismo de ação multialvo consistente com os efeitos observados in vivo. Esses achados indicam o PLU como candidata promissora para futuras intervenções terapêuticas na DA.