Introdução: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são atualmente um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, e concomitante à pandemia do Coronavírus Disease 2019 (COVID-19), tende a ceifar ainda mais vidas. Estratégias de enfrentamento e combate são necessárias numa união entre primeiro, segundo e terceiro setor. Objetivo: Apresentar uma proposta de combate e controle das DCNTs de atuação com e na sociedade, como estratégia de promoção da saúde, além de favorecer a tomada de consciência e nos assumirmos como atores sociais no processo saúde-doença com enfoque nas DCNTs. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo com método de abordagem dialético, caracterizando-se como pesquisa exloratória, utlizando como procedimento técnico a pesquisa participante, roda de conversa e diário de campo. Participaram 12 mulheres de 51 a 74 anos de idade que frequentam o grupo Saúde de Corpo e Mente de Itapema, desenvolvido pela Educação Física e existente desde 2012. Resultados: O vínculo, conhecimento e confiança entre profissional de saúde e participantes facilitou a aplicação da proposta. Há muitos anos o movimento é utilizado como propulsor de encontro, socialização, bem-estar, felicidade e produção do conhecimento. Na proposta em específico, as rodas de conversa com acolhimento das falas e saberes, discussões acerca de temas da vida fazendo link com as DCNTs foram fundamentais para levantamento de conhecimentos prévios, bem como para possível adaptação de falas e explicações teórico-científicas. Seguimos um roteiro de discussões acerca do que são DCNTs, quais as DCNTs mais frequentes, inclusive com identificação em seus contextos. Através de diálogo entre saberes científicos e populares, foram apresentados os cuidados em prevenção e reabilitação destas doenças, ressignificando reforçando e construindo novos jeitos de cuidar e promover a saúde. O olhar para a organização social como um todo esteve presente, em especial quando nos debruçamos sobre os fatores que favorecem o desenvolvimento e agravamento das DCNTs. Teoria e prática se encontraram especialmente quando atuamos na sociedade cuidando umas das outras através do compartilhamento de saberes, alimentos, da ressignificação do movimento resgatando brincadeiras e jogos populares, construindo conhecimento entre gerações em encontro envolvendo familiares, e ao produzirmos panfletos de auto-cuidado relacionado às DCNTs que foram entregues pelas participantes à comunidade. Considerações finais: A pandemia do COVID-19 exacerbou antigas feridas sociais já existentes: fome, desemprego, violência, desigualdade social, mortes, dores, doenças, que são algumas das chagas de nossa sociedade capitalista. E soma-se às DCNTs como desafios em Saúde a serem enfrentados por todos de forma urgente. Em meio ao choque de realidade que nos encontramos, se faz necessária a retomada gradual dos atendimentos em saúde a partir da obrigação ética e moral de romper com o modelo biologicista médico cêntrico e contribuir para uma imagem-objetivo de mundo melhor. A proposta apresentada, vem como uma possibilidade de contrução de saberes e atuação coletiva, que traz o cuidado como figura central, promovendo saúde e visando um mundo melhor. Na proposta, reforça-se a necessidade de união, valorização e colaboração para enfrentamento das diversas pandemias que nos assolam.

Palavras-chave: Doenças não transmissíveis. Promoção da saúde. Saúde. Pandemias.