Introdução: A hipertensão arterial apresenta elevada prevalência, manifesta-se em gestantes de todas as idades e, é a maior causa de morte materna. Objetivo: identificar a trajetória da pressão arterial em gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde, e estimar sua associação com a trajetória de ganho de peso e características demográficas, obstétricas, antropométricas e de comportamentos de vida relacionados à saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte mista, com gestantes atendidas em unidades de saúde na cidade de Colombo (PR). A coleta de dados foi realizada por meio de questionário semiestruturado, com questões sociodemográficas, obstétricas, estilo de vida e antropométricos. Seguido da coleta de prontuário eletrônico com informações do pré-natal. O peso pré-gestacional e altura foram autorreferidos, as medidas de pressão arterial e peso durante o pré-natal foram coletadas do prontuário das gestantes. Para identificar os padrões de trajetória de pressão arterial e ganho de peso foi aplicado o modelo de trajetória baseada em grupo. Associações entre os grupos de trajetórias de pressão arterial e as variáveis de exposição foram investigadas por meio do teste do qui-quadrado de Pearson, sendo considerado o valor de p≤0,05 significativo nas análises. Foram convidadas a participar 734 gestantes, destas, 604 aceitaram. Resultados: A média de idade foi 26,0 anos (IC95% 25,5 -26,4). Foram avaliadas 2.839 medidas de pressão arterial de 460 mulheres com informações de pressão arterial. O valor médio da pressão arterial sistólica foi de 110mmHg e pressão arterial diastólica média de 70mmHg. Foram identificados três padrões distintos de trajetória de ganho de peso, nomeados como “Grupo 1” (10,5%), “Grupo 2” (65,2%) e “Grupo 3” (24,4%) considerados de menor, intermediário e maior ganho de peso. Para pressão arterial foram identificados três padrões classificados como “Grupo 1” (48,0%), “Grupo 2” (42,7%) e “Grupo 3” (9,1%). O Grupo 1, apresentou estabilidade com valor médio de 103mmHg (IC95% 102,5-103,7mmHg), o Grupo 2 valor médio de 114mmHg (IC95% 113,7-114,9mmHg), e o Grupo 3 com a maior média de pressão arterial do início ao fim da gestação com valor de 130mmHg (IC95% 128,8-131,5mmHg). A frequência de pertencimento ao grupo de maior trajetória de pressão arterial sistólica foi maior para mulheres classificadas com IMC pré-gestacional de obesidade (12,8% p<0,001), com 11 anos ou mais de estudo (9,8% p<0,009), bem como aquelas que estavam em uso de medicação hipotensora (33,3% p<0.001). Conclusão: Identificou-se três padrões de trajetória de ganho de peso e de pressão arterial, com prevalência de pertencimento ao grupo de maior trajetória em gestantes que iniciaram a gestação acima do peso, que apresentavam maior escolaridade e que estavam em tratamento medicamentoso para controle da pressão arterial.
Palavras-chave: Gestação. Trajetória pressão arterial. Ganho de peso. Estudos longitudinais.
Considerando o rápido crescimento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil e no mundo aliada a pandemia da COVID-19, o Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do Trabalho (Univali) em parceria com a Rede de Vigilância em Doenças Crônicas das Américas - AMNET (AMERICAS’ NETWORK FOR CHRONIC DISEASE SURVEILLANCE) e apoio da Universidade Pontifícia Católica do Rio Grande do Sul, Universidade Internacional da Flórida (EUA), Universidade de Antioquia (Colômbia) e pela Universidade Mar del Plata (Argentina) promoveram o I SIMPÓSIO DE DOENÇAS CRÔNICAS: perspectivas, tendências e inovação & XVIII CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DA REDE AMNET, o qual foi realizado nos dias 22, 23 e 24 de setembro de 2021, gratuitamente e de modo virtual. Foram momentos de socialização em experiências de ensino, pesquisa e inovação, nas dimensões epidemiológica e social, com a integração interinstitucional de caráter nacional e internacional, para o desenvolvimento de ações com vistas a redução da morbimortalidade das principais doenças crônicas.