Constitui-se saúde como um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável, conforme preconizado pela Agenda 2030 das Nações Unidas. O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 3) busca assegurar uma vida saldável e promoção do bem-estar para indivíduos de todas idades, enquanto o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 17) enfatiza a importância e a relevância da colaboração internacional com a finalidade de alcançar os demais objetivos da agenda 30. Nesta linha, a cooperação internacional em saúde é caracterizada como instrumento estratégico ao fortalecimento dos sistemas universais, em razão da articulação contínua de troca de saberes e conhecimentos, inovações e tecnologias a níveis globais. Este estudo tem por objetivo analisar de que forma a cooperação internacional em saúde tem contribuído para a consolidação de sistemas universais mais sustentáveis, com foco na integração entre países de diferentes níveis socioeconômicos. Trata-se de um estudo baseado em revisão narrativa da literatura, a partir de documentos oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS), Nações Unidas (UN) e publicações científicas indexadas nas bases SciELO e PubMed, abrangendo o período de 2015 a 2024. Em análise preliminar, identifica-se que a cooperação internacional vem possibilitado avanços significativos na prevenção de doenças e agravantes à saúde populacional, promoção de saúde a populações com alto índice de vulnerabilidade e a equidade em saúde para grupos minoritários. Segundo Sweileh (2020), organizou-se uma rede sistemática para visualização de países que contribuíram através de publicações científicas e estudos analíticos entre 2015 e 2019. Em síntese, países com maior contribuição científica e desenvolvidos, mantinham maior contribuição científica e colaboração com países em desenvolvimento. Os resultados identificam que a cooperação internacional tem possibilitado avanços significativos em três dimensões principais: prevenção de doenças, promoção da saúde em populações vulneráveis e equidade para grupos minoritários. Evidencia-se que países de alta renda lideraram a produção científica entre 2015 e 2019, com maior número de colaborações estabelecidas com nações em desenvolvimento, contribuindo para a disseminação de tecnologias em saúde e para a formulação de estratégias conjuntas de enfrentamento a emergências sanitárias. Os achados e as experiencias também apontam que, em sistemas universais consolidados, como os países nórdicos, a cooperação internacional contribui para a manutenção de altos padrões de qualidade assistencial e para a inovação tecnológica em saúde digital. Já no Brasil, a articulação internacional tem reforçado o SUS em áreas como imunização, vigilância epidemiológica e combate a doenças negligenciadas. Conclui-se que a cooperação internacional em saúde, quando pautada pela solidariedade, horizontalidade e articulação entre saúde e bem-estar, constitui elemento essencial para o fortalecimento dos sistemas universais. A integração entre diferentes contextos socioeconômicos amplia a capacidade de resposta a crises, promove equidade no acesso e viabiliza a construção conjunta de soluções sustentáveis. O alcance efetivo do ODS 3 está intrinsecamente relacionado à operacionalização do ODS 17, uma vez que somente por meio de alianças globais será possível reduzir desigualdades, consolidar a justiça social e avançar em direção a sistemas de saúde resilientes e inclusivos.
Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.