• Resumo

    Práticas gerontológicas na atenção à saúde do idoso com demência, seus familiares e comunidade

    Data de publicação: 05/12/2025

    O envelhecimento populacional tem se consolidado como um fenômeno universal, resultado das transformações demográficas observadas nas últimas décadas, especialmente pela queda das taxas de natalidade e mortalidade e pelo prolongamento da expectativa de vida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pela primeira vez na história, a população mundial pode esperar viver além dos 60 anos, com projeções que indicam crescimento acelerado desse grupo etário até 2050. Esse processo, embora represente uma conquista social, também traz novos desafios para os sistemas de saúde, já que o envelhecimento está frequentemente associado à redução da vitalidade e ao processo de fragilização. A fragilidade, reconhecida como uma síndrome geriátrica multifatorial e dinâmica, envolve a interação de fatores biológicos, psicológicos, cognitivos e sociais, impactando diretamente a autonomia e a independência dos idosos. Sua detecção precoce possibilita a formulação de planos de cuidado individualizados, capazes de auxiliar tanto os idosos quanto suas famílias na promoção da qualidade de vida. Inserida nesse contexto, a Doença de Alzheimer (DA) desponta como uma das condições mais relevantes de saúde pública, sendo responsável por aproximadamente 50% dos casos de demência no mundo. Considerada a quarta principal causa de morbimortalidade entre idosos de 75 a 84 anos na América do Norte, a DA representa não apenas um desafio clínico, mas também social e econômico, dado o impacto sobre cuidadores e serviços de saúde. O presente estudo teve como objetivo identificar o público e avaliar o alcance das atividades do projeto de extensão Grupo de Estudo e Apoio às Famílias e Cuidadores das Pessoas com Doença de Alzheimer e outras Demências (GEAz), desenvolvido na região do Vale do Itajaí/SC. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem qualitativa-quantitativa, que buscou compreender o perfil sociodemográfico e as percepções dos participantes em relação à doença de Alzheimer. A coleta de dados ocorreu mediante consentimento dos voluntários, após a apresentação dos objetivos da pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foi aplicado um questionário sociodemográfico a 21 participantes, abordando idade, gênero, escolaridade, filhos, renda, ocupação, conhecimento prévio e contato com a doença de Alzheimer. As entrevistas ocorreram individualmente, em local reservado e com agendamento prévio. A maioria dos respondentes tinha menos de 70 anos (52,38%), com distribuição menor nas demais faixas etárias (20, 40, 50 e 60 anos). Predominou a identificação cisgênero, com apenas um caso não especificado. Quanto à escolaridade, destacou-se elevado nível de formação, principalmente pós-graduação completa ou incompleta, contrastando com poucos casos de ensino médio ou superior incompleto. Em relação ao perfil familiar, a maior parte declarou ter dois ou três filhos. A renda concentrou-se entre 3 e 7 salários mínimos, sobretudo nas faixas de 3 a 5 e 5 a 7 salários. As ocupações foram variadas, com maior presença de estudantes, aposentados e trabalhadores do setor privado. Sobre a temática do estudo, a maioria possuía conhecimento prévio acerca da doença de Alzheimer, enquanto uma parcela menor relatou desconhecimento. O contato com a doença ocorreu, principalmente, por meio de familiares diagnosticados e da vivência acadêmica de estudantes da área da saúde. Os resultados permitiram concluir que a amostra foi composta majoritariamente por adultos com nível educacional elevado e renda familiar intermediária, que, em sua maioria, apresentaram contato direto ou conhecimento prévio sobre a doença de Alzheimer. Esse perfil sugere que tais características podem influenciar as percepções e atitudes dos indivíduos frente à temática, destacando a relevância do GEAz como espaço de acolhimento, informação e suporte às famílias e cuidadores.

Anais do Seminário de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Itajaí

Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.

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