• Resumo

    Efeitos dos probióticos na candidíase vulvovaginal e vaginose bacteriana: uma revisão integrativa

    Data de publicação: 05/12/2025

    A microbiota vaginal saudável é essencial para a prevenção de infecções como a vaginose bacteriana (VB) e a candidíase vulvovaginal (CVV), sendo os Lactobacillus sp. os principais responsáveis por sua proteção. Entretanto, diversos fatores podem comprometer esse equilíbrio, resultando na disbiose vaginal, que pode levar ao crescimento excessivo de microrganismos patogênicos, favorecendo infecções recorrentes. O tratamento convencional para ambas as condições se baseia no uso de antimicrobianos, que, apesar da eficácia inicial, estão associados a elevadas taxas de recorrência e podem afetar adversamente a microbiota vaginal, além de provocarem efeitos colaterais. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar a correlação entre o uso de probióticos e seus benefícios no tratamento e na prevenção da recorrência da CVV e da VB, buscando entender qual sua contribuição no tratamento das infecções ginecológicas em questão. Para tal, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com o intuito de sintetizar as evidências disponíveis sobre o uso de probióticos. A busca foi conduzida nas bases de dados PubMed, SciELO e Cochrane Library, abrangendo artigos publicados entre 2019 e 2024, em português e inglês. Foram incluídos artigos de revisão sistemática, meta-análises e ensaios clínicos que envolviam mulheres em idade reprodutiva ou gestantes. A triagem dos artigos seguiu um processo rigoroso de quatro etapas, e a classificação foi realizada com base na Pirâmide de Evidências de Murad. Os dados foram extraídos, analisados e tabulados, e a avaliação crítica foi feita de forma descritiva. A seleção resultou em nove artigos para a revisão integrativa. Os resultados indicaram que os probióticos se mostraram promissores na modulação da microbiota vaginal e intestinal, com variações na eficácia, a depender da cepa e do contexto do estudo. Quatro dos artigos compararam probióticos com placebo, três os utilizaram como adjuvantes a tratamentos convencionais, um comparou probiótico diretamente com um medicamento convencional para CVV, e outro utilizou probiótico versus um grupo sem tratamento. Em conclusão, apesar do potencial promissor dos probióticos e dos resultados variados de eficácia observados nos estudos, as evidências atuais ainda são insuficientes para estabelecer protocolos clínicos padronizados, ressaltando a necessidade de estudos mais abrangentes e detalhados para consolidar seu papel no tratamento e prevenção da CVV e VB.

Anais do Seminário de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Itajaí

Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.

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