• Resumo

    Estratégias pedagógicas na sala de aula: percepções docentes sobre o manejo de sinais de TEA e TDAH na ausência de um diagnóstico formal

    Data de publicação: 05/12/2025

    A literatura descreve o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) como condições do neurodesenvolvimento que costumam impactar o funcionamento acadêmico, exigindo uma resposta sensível no contexto escolar. Na escola, a ausência de reconhecimento e de manejo adequado associa-se a riscos clínicos e psicossociais, reforçando a necessidade de estratégias pedagógicas específicas. Embora a adoção de estratégias de apoio deva ser tempestiva, o diagnóstico precoce nem sempre é factível, tanto por barreiras de acesso a avaliações e terapias especializadas, quanto pela complexidade do itinerário até o cuidado. Além disso, a sobreposição de manifestações entre TEA e TDAH e a presença de comorbidades geram incertezas na idade escolar, exigindo avaliações abrangentes e multidimensionais. Em particular, sinais como agitação psicomotora, inquietação e lapsos atencionais podem refletir aspectos de imaturidade do neurodesenvolvimento e são pouco específicos quando descontextualizados, o que recomenda cautela na interpretação isolada desses indicadores. Nessa conjuntura, a escola é convocada a implementar apoios pedagógicos desde já, em paralelo ao percurso clínico, para mitigar prejuízos sem recorrer a classificações precipitadas. A escola, como ambiente natural de aprendizagem e socialização, é um território estratégico para intervenções que integrem evidências e práticas inclusivas, reconhecendo a influência do meio sobre trajetórias de desenvolvimento e plasticidade. Diretrizes de educação inclusiva orientam o acolhimento da diversidade e a adaptação do ensino às necessidades dos estudantes, valorizando a participação e a pertença. Além disso, abordagens informadas pela neurodiversidade recomendam cuidado ético contra a normalização forçada, favorecendo estratégias que respeitem perfis cognitivos e sensoriais e sustentem o trabalho docente. Diante desse quadro, este estudo tem por objetivo analisar, nas respostas docentes a uma vinheta clínica-pedagógica (caso “João”), as estratégias pedagógicas consideradas eficazes para favorecer participação e aprendizagem, na ausência de um diagnóstico formal.

Anais do Seminário de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Itajaí

Esta publicação expõe uma parte considerável do que é feito anualmente em pesquisa na UNIVALI e por meio da qual esperamos compartilhar os conhecimentos aqui produzidos, possibilitando a comunicação entre os pesquisadores de nossa e de outras instituições.

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