O comportamento hidrológico e o atual estágio de exploração de recursos hídricos na bacia do Rio de Ondas foram analisados utilizando dados de precipitação, vazão fluvial e níveis da água no aquífero. O comportamento interanual das estações revelou que, a partir de 1996 ocorreu o início de um período crítico na bacia, onde a ocorrência de uma estiagem de mais de vinte anos, aliada a pressão de demanda por água, provocou rebaixamento dos níveis no aquífero e reduções nas vazões anuais. O monitoramento da água subterrânea, de 2011 a 2015, corresponde a um período de baixa precipitação com apenas um ano acima da média. A correlação das chuvas com as vazões, a curto e a longo prazo e, os níveis da água nos poços permitiu compreender o comportamento do manancial a partir da posição dos poços na bacia hidrográfica. Os poços localizados próximo aos rios têm níveis de água subterrânea descendentes, seguindo a queda observada nas vazões e, mostram uma boa correlação com as chuvas. Os poços localizados no curso superior da bacia apresentam níveis descendentes com baixa resposta à precipitação e uma boa correlação com o fluxo dos rios, destaque para o rebaixamento de três metros ocorrido em um poço nessa posição. Os poços localizados nos interflúvios apresentam retardos na recuperação dos níveis do aquífero em relação às chuvas e vazões, mantendo-se descendentes. De maneira que, a instalação de baterias de poços concentrados, próximos as nascentes e veredas, poderão secar os riachos no alto curso dos rios, reduzir as vazões, desestruturando do sistema de controle das outorgas nos mananciais superficiais, prejudicando os usuários outorgados à jusante. Recomenda-se respeitar rigorosamente a distância entre o raio de influência dos poços e, entre este e os rios, cujo valor mínimo foi definido em estudos anteriores.
Ciências Ambientais, Ambientes Aquáticos e Costeiros.
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