• Resumo

    Análise dos resíduos antrópicos na dieta de Chelonia mydas (Linnaeus, 1758) no litoral centro-norte de Santa Catarina

    Data de publicação: 07/09/2022

    Das sete espécies de tartarugas marinhas, cinco ocorrem no Brasil, sendo Chelonia mydas a mais frequente na região sul. Assim como outros animais marinhos, C. mydas tem um histórico de interação com resíduos de origem antrópica. Desta forma, este estudo tem como objetivo avaliar a incidência de resíduos sólidos no trato gastrointestinal de espécimes coletados sistematicamente pelo Projeto de Monitoramento de Praia da Bacia de Santos (PMP-BS) no litoral centro-norte de Santa Catarina, entre Março de 2016 e Março de 2019. Foram realizadas necropsias em 3174 animais, e em 49 indivíduos o trato gastrointestinal pôde ser recolhido triados. Foram encontrados resíduos antrópicos, separados e classificados de acordo com a sua composição, rigidez e cor. Foi avaliado o possível efeito dos resíduos antrópicos na saúde das tartarugas, utilizando o escore corporal. Também foram analisadas a ocorrência de exemplares entre as estações do ano, ingestão de resíduos por sexo e classe etária. Dos 49 indivíduos com análise detalhada, 85,7% possuíam algum tipo de resíduo, sendo encontrados um total de 475 fragmentos de 10 itens, onde os fios de poliamida foram os mais frequentes (n=275 fragmentos; 57,9%), seguido de plástico (n=170; 35,8%). A maioria dos itens ingeridos (96,2%) foi representado por materiais maleáveis, apenas 3,8% composto por material rígido. Os fragmentos transparentes foram os mais frequentes (28%), seguido das cores azul (24,4%), branco (18,7%) e verde (12,4%). Foram identificadas 37 fêmeas, nove machos e três de sexo indeterminado, onde 45 indivíduos foram considerados juvenis e quatro adultos. As tartarugas adultas ingeriram somente itens do tipo maleável, principalmente nas cores transparente (29,4%) e verde (32,4%). Já os juvenis apresentaram mais itens maleáveis transparente (27,9%), azul (25,2%) e branco (20,0%), além de itens do tipo rígido.

Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology

Ciências Ambientais, Ambientes Aquáticos e Costeiros. 

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