TAXAS FOTOSSINTÉTICAS E RESPIRATÓRIAS DE MACROALGAS DO GÊNERO Bostrychia (RHODOMELACEAE, RHODOPHYTA)
Data de publicação: 12/11/2010
Este estudo teve como objetivo avaliar a influência da irradiância sobre as taxas fotossintéticas de Bostrychia calliptera, Bostrychia pinnata, Bostrychia radicans e Bostrychia montagnei. As algas foram coletadas em troncos de árvores de manguezal na porção mesohalina da Baía da Babitonga (SC) e foram mantidas em laboratório com água do mar filtrada enriquecida com Meio Conway, em aeração contínua, com temperatura de 20ºC, fotoperíodo de 16:8h (claro:escuro), em irradiância de »40 µmol de fótons m-2s-1. As curvas de produção versus irradiância (curvas PI) foram determinadas para todas as espécies em salinidade 20. Curvas PI adicionais foram efetuadas para B.calliptera em salinidades 10 e 30 e B.montagnei em salinidade 30. As taxas fotossintéticas e respiratórias foram estimadas através da alteração na concentração de oxigênio dissolvido (oxímetro YSI53) em frascos de DBO contendo 0,015-0,030g de peso seco da macroalga, e aproximadamente 250mL de água do mar filtrada e diluída para a salinidade desejada, incubados por duas horas, em irradiâncias variando de 0 a 1000 µmol de fótons m-2 s-1 e temperatura média de 23oC. Os parâmetros das curvas PI (produção máxima=Pmax; respiração=Resp; eficiência fotossintética=a) foram estimados a partir do ajuste de 3 modelos tradicionais aos dados observados através da minimização da soma dos quadrados dos resíduos e o modelo de Webb et al.(1974) foi o mais adequado. A irradiância de saturação (Ik), foi determinada por: Ik=Pmax/a. A irradiância de compensação (Ic) foi estimada através de manipulação algébrica da equação ajustada. Os maiores valores de Pmax foram observados para B.calliptera na salinidade 30 e para B.pinnata e B.radicans, na salinidade 20. Os maiores valores de eficiência fotossintética (a) foram observados para B.calliptera na salinidade 30 e B. pinnata na salinidade 20 e os maiores valores de respiração para B.radicans e B.montagnei da salinidade 20 e B.calliptera na salinidade 30. O aumento da salinidade proporcionou uma elevação da produção fotossintética máxima, tanto para B.calliptera como para B.montagnei. Comparando-se diferentes espécies na salinidade 20, B.radicans apresentou a maior produção máxima, seguida por B.pinnata, B.calliptera e por último, B.montagnei. Os valores de Irradiância de compensação e de saturação observados foram baixos e a eficiência fotossintética elevada para todas as algas estudadas, o que permite caracteriza-las como plantas de sombra. Apesar disto estas algas não apresentaram fotoinibição nas irradiâncias testadas, o que indica ampla tolerância a variações de irradiância, normalmente observadas em manguezais.