CEFALÓPODES CAPTURADOS PELA PESCA COMERCIAL DE TALUDE NO SUDESTE E SUL DO BRASIL
Data de publicação: 17/11/2010
O desenvolvimento da pesca demersal em áreas do talude do Sudeste e Sul do Brasil tomou impulso a partir de 2000, com operações de embarcações nacionais e arrendadas atuantes nas modalidades de espinhel-de-fundo, covos, emalhe-de-fundo e arrasto-de-fundo. Deste então essas operações vêm sendo continuamente monitoradas por Observadores de Bordo, como parte das atividades do Grupo de Estudos Pesqueiros (CTTMar-UNIVALI) no âmbito dos convênios com o Governo Federal (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento; Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca). Além das análises direcionadas à avaliação dos potenciais de captura dos principais recursos, esforços têm sido direcionados ao estudo do impacto das pescarias de profundidade sobre organismos não-alvo, bem como sobre o ecossistema profundo como um todo. Nesse sentido o presente trabalho relaciona a fauna de moluscos cefalópodes capturados pela pesca de arrasto e de emalhe entre 2001 e 2003. Apenas o calamar-argentino Illex argentinus figurou como espécie-alvo da pesca de arrasto, sobretudo no inverno de 2001. Outras 15 espécies, distribuídas nas ordens Spirulida (1), Sepiolida (1), Teuthida (6) e Octopodida (5), fizeram parte da fauna acompanhante dessas operações. Dessas merecem destaque, pela abundância numérica em algumas viagens, as lulas Pholidoteuthis adami, Histioteuthis corona corona e o polvo Vosseledone charrua. A pesca de emalhe, direcionada ao peixe-sapo entre 2001 e 2002, capturou, além do calamar-argentino, dois octópodes incluindo o pelágico Argonauta argo.