Os dinoflagelados compõem um dos principais grupos do plâncton marinho, incluindo organismos autotróficos e heterotróficos, onde aproximadamente 40 são produtores de ficotoxinas. As ficotoxinas produzidas por dinoflagelados podem ser classificadas de acordo com o grupo químico em: envenenamento diarréico de marisco (DSP), envenenamento paralisante de marisco (PSP), envenenamento neurológico de marisco (NSP) e ciguatera. Os dinoflagelados produtores de toxinas DSP restringem-se aos gêneros Dinophysis e Prorocentrum, e incluem: D. acuminata, D. acuta, D. fortii, D. norvegica, D. mitra, D. rotundata, D. tripos, D. sacculus, D. skagii e P. lima. Com o objetivo de conhecer a ocorrência do gênero Dinophysis na praia de Cabeçudas, no município de Itajaí/SC, amostras sub-superficiais da coluna d’água e de arrasto com rede de plâncton foram coletadas semanalmente entre os dias 6/1/1999 e 29/6/1999, num total de 24 amostras. Foram também realizadas medições da salinidade, temperatura, nutrientes inorgânicos dissolvidos e da biomassa do fitoplâncton. A temperatura da água variou entre 29oC e 17oC, enquanto a salinidade entre 36 e 25. O máximo e mínimo de clorofila a foi de 3,97µg.l-1 e 0,83µg.l-1, respectivamente. Entre os nutrientes inorgânicos, amônio variou de 12,65µmol.l-1 à 6,85µmol.l-1, nitrato de 6,34µmol.l-1 à 0,76µmol.l-1, silício de 54,12µmol.l-1 à 5,75µmol.l-1 e fosfato de 0,82µmol.l-1 à 0,09µmol.l-1. A ocorrência de Dinophysis foi restrita a: D. acuminata, D. rotundata, D. caudata e D. spp. A abundância em geral de Dinophysis foi baixa, sendo encontrado o máximo de 80cel.l-1 para D. caudata e D. rotundata, nos dias 2/2/99 e 23/3/99, respectivamente. A análise estatística não apresentou correlação significativa entre o aparecimento de Dinophysis spp. e as variáveis analisadas. Além das espécies de Dinophysis, outros microrganismos produtores de toxinas lipossolúveis ou paralisantes também foram detectados. Estes valores indicam a ausência de DSP na região, durante o período amostrado, considerando a abundância de 100cel.l-1, adotada por certos países como limite superior para a extração segura de moluscos.