Este ensaio sugere que a visibilidade seja o principal sintoma da contemporaneidade como consequência da ubiquidade dos meios técnicos de comunicação atuando não apenas como interface, mas como próprio ambiente cognitivo a partir do advento da internet e do fenômeno da convergência midiática. Desta forma, o modelo filosófico de representação do mundo, que separava a consciência da natureza, passa a ser substituído pelo da reprodução técnica. Neste caso, a mediação técnica tende a tornar ainda mais invisível o acontecimento comunicacional que opera no registro das relações presenciais em que o corpo atua como aparato perceptivo e como “grau zero de orientação” no espaço cognitivo. Portanto, através do entendimento do espaço como uma matriz epistemológica, pretende-se investigar aqui, quais as diferenças nos processos de representação da realidade que passaram a ocorrer com o uso das tecnologias da comunicação e de que maneira o entendimento da comunicação como acontecimento exige uma reflexão sobre o caráter ontológico da comunicação.