A criação de obras contemporâneas de jornalismo literário no Brasil ainda sofre forte influência da contracultura dos Estados Unidos do período entre 1950 e 1970. Em um movimento de hibridez cultural, escritores brasileiros se apropriam de termos e estilos nascidos no movimento cultural americano de mais de 30 anos atrás. Esse é o caso das duas obras analisadas no presente artigo. Na primeira, o jornalista Dodô Azevedo vai aos Estados Unidos para, assumidamente, tentar produzir um texto beat no século XXI. Já Arthur Veríssimo, da Revista Trip, mesmo sem conseguir concretizar uma obra de jornalismo gonzo, usa o termo que consagrou o americano Hunter Thompson para dar título ao seu livro. Apenas o caráter aberto da relação entre cultura e jornalismo permite acontecer esse tipo de fenômeno cultural.
Revista académica vinculada aos cursos de Comunicação e ao Programa de Mestrado em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).