No presente artigo analisamos a reconfiguração do campo religioso brasileiro sob a perspectiva teórica do acontecimento, tomando-a como campo problemático no qual música gospel floresce em espaços não-religiosos, midiáticos ou não, permitindo a aparição de artistas de referência, como Ana Paula Valadão e seu grupo, o Diante do Trono. Tal fenômeno, marcado pela fluidez de fronteiras característica da cultura contemporânea, coloca em suspenso separações antes pensadas de forma dicotômica entre sagrado e profano, religião e mercado/consumo. Nessa perspectiva, tomamos como objeto de análise empírica sua aparição no programa Domingão do Faustão em 2010 bem como os modos de interação com o público, valendo-nos, para tanto, da metodologia de individuação do acontecimento proposta por Louis Quéré.
Revista académica vinculada aos cursos de Comunicação e ao Programa de Mestrado em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).