O Brasil enfrenta a pandemia da Covid-19, que já matou mais de 65 mil pessoas de norte a sul do país, enquanto a população acompanha, pela mídia, o descompasso entre os relatórios municipais, estaduais e federais sobre o avanço da doença. A imprensa nacional também busca dar transparência aos casos de desmando, abuso de poder e desvio de verbas públicas destinadas à compra de aparelhos e medicamentos para o tratamento de pacientes. Sobre este atual contexto brasileiro, a professora Vera Lucia Sommer conversa com Rogério Christofoletti, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Linguística e doutor em Ciências da Comunicação. Pesquisador do CNPq, Christofoletti estuda privacidade, transparência e crise do jornalismo e é autor de vários livros, dentro os quais “A crise do jornalismo tem solução?”, publicado em 2019. Ele também está a frente do Observatório da Ética Jornalística (ObjETHOS) que, desde 2009, acompanha, pesquisa e discute o comportamento da mídia e da sociedade contemporânea. Nesta entrevista, realizada remotamente no dia 16 de junho de 2020, Christofoletti afirma que o país está nas mãos de um governo militar que, desde a posse em janeiro de 2019, deflagrou uma ação beligerante contra a imprensa. O professor admite: “O jornalismo tem muitas imperfeições, mas precisa ser melhorado, não extinto”. Isso porque desempenha o importante papel de fiscalizador dos poderes públicos, divulgando informações necessárias para a compreensão da realidade e tomada de decisões.
Academic magazine linked to Communication courses and the Master's Program in Public Policy Management at the University of Vale do Itajaí (Univali).