A proposta do artigo é refletir sobre a realização de entrevistas com a população imigrante, incluindo solicitantes de refúgio e refugiados, respeitando a condição legal e de vulnerabilidade social em que se encontram. Para tanto, a análise foi guiada por duas questões norteadoras: como buscar informações sobre a vida, cotidiano, aspectos étnicos, religiosos e culturais dos solicitantes de refúgio e/ou refugiados por meio da entrevista em História Oral sem, contudo, o expor indevidamente? E quais fatores diferenciam a entrevista em História Oral da entrevista em Jornalismo? A fim de ilustrar a problemática, foi analisada uma reportagem sobre o fluxo imigratório envolvendo migrantes ganeses em Santa Catarina em 2014. Parte-se do pressuposto que a técnica de entrevista realizada no Jornalismo difere do praticado em História Oral. Além disso migrantes e refugiados, tanto homens quanto mulheres, deveriam ser preservados quanto a exposição audiovisual e imagética em virtude de sua condição, uma vez que não raro essa exposição pode acarretar desdobramentos negativos na inserção e integração no país de acolhimento tanto do migrante entrevistado quanto da comunidade imigrante que vive realidade semelhante.
Academic magazine linked to Communication courses and the Master's Program in Public Policy Management at the University of Vale do Itajaí (Univali).