Objetivo: discutir uma proposta de relação entre Assemblage Theory e Consumer Culture Theory, evidenciando possíveis questões para composição de uma agenda para os pesquisadores de ambas as teorias, a partir de suas interseções.
Design/metodologia/abordagem: o artigo discute os elementos relevantes de cada uma das perspectivas teóricas, avança na discussão dos pontos de interseção e, por fim, apresenta uma agenda de pesquisa com questões emergentes.
Resultados: evidenciaram-se muitas oportunidades de se estabelecer uma conversação entre as duas perspectivas, considerando-se as pesquisas em Consumo, especialmente no contexto brasileiro, uma vez que o país apresenta riqueza cultural e diversificada, no que tange a questões históricas, sociais, econômicas e demográficas. A Assemblage Theory constitui-se, conforme evidenciado, numa opção efetiva para fundamentação das pesquisas ligadas à Consumer Culture Theory, por ser adequada para investigação do consumidor e suas relações culturais.
Originalidade: o artigo joga luz sobre pontos de interseção entre as duas teorias com o objetivo de apontar novos entendimentos de fenômenos sobre o consumo, os quais seus elementos heterogêneos podem permanecer unidos sem necessariamente formar um todo coerente, evidenciando que, antes de entender os fenômenos culturais como gestalts ou organizações holísticas, deve-se considerar uma análise contingencial dos alinhamentos estabelecidos pelos diferentes elementos, moldados recursivamente, que afetam suas relações.
Arnould, E. J. (2006). Consumer culture theory: retrospect and prospect. European Advances in Consumer Research, 7(1), 605-607.
Arnould, E. J., & Thompson, C. J. (2005). Consumer Culture Theory (CCT): twenty years of research. Journal of Consumer Research, 31.
Arnould, E. J., & Thompson, C. J. (2007). Consumer culture theory (and we really mean theoretics): dilemmas and opportunities posed by an academic branding strategy. In: Belk, R. W; Sherry, J. F. Consumer culture theory. Elsevier.
Arnould, E. J., & Thompson, C. J. (2015), Introduction: Consumer Culture Theory: Ten Years Gone (and Beyond), Consumer Culture Theory (Research in Consumer Behavior), 17, 1-21.
Arnould, E. J., Thompson, C. J. (2018). Consumer Culture Theory. Sage Publications.
Askegaard, S.; & Linnet, J. T. (2011). Towards an epistemology of consumer culture theory: Phenomenology and the context of context. Marketing Theory, 11(4), 381-404.
Barbosa, L., & Campbell, C. (2006). (Orgs.). Cultura, consumo e identidade. FGV Editora.
Barros, C. (2006). Consumo, Hierarquia e Mediação: um estudo antropológico no universo das empregadas domésticas. Encontro Nacional de Programas de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD), 30.
Baudrillard, J. (2007). A sociedade de consumo. Edições 70.
Belk, R. W. (2014). The labors of the Odysseans and the legacy of the Odyssey. Journal of Historical Research in Marketing, 6(3), 379-404.
Bourdieu, P. (2000). O poder simbólico (3ª ed.). Bertrand Brasil.
Canniford, R., & Bajde, D. (2015). Assembling Consumption Introduction. Assembling Consumption: Researching actors, networks and markets. Routledge, 1-18.
Canniford, R., & Shankar, A. (2013). Purifying practices: How consumers assemble romantic experiences of nature. Journal of Consumer Research, 39(5), 1051-1069.
Casotti, L. M., & Suarez, M. C. (2016). Dez anos de Consumer Culture Theory: Delimitações e aberturas. Revista de Administração de Empresas, 56(3), 353-359.
Cavedon, N. R. (2014). Método Etnográfico: da Etnografia Clássica às Pesquisas Contemporâneas. In: Souza, E. M. Metodologias e analíticas qualitativas em pesquisa organizacional: uma abordagem teórico-conceitual. EDUFES.
DeLanda, M. (2006a). A new philosophy of society assemblage theory and social complexity. Continuum.
DeLanda, M. (2006b). Deleuzian Social Ontology and Assemblage Theory. In: Fuglsang, M.;
& Sorensen, B. M. Deleuze and the Social. Edinburgh University Press, 250-266.
Deleuze, G., & Guattari, F. (1987). A thousand plateaus. Translated by Brian Massumi. University of Minnesota Press.
Deleuze, G., & Parnet, C. (1987). Dialogues. Columbia University Press.
Douglas, M., & Isherwood, B. (2009). O mundo dos bens: para uma antropologia do consumo. UFRJ.
Epp, A., & Velagelati, S. (2014). Outsourcing parenthood? How families manage care assemblages using paid commercial services. Journal of Consumer Research, 41(4), 911-935.
Gaião, B. F. S., Souza, I. L., & Leão, A. L. S. (2012). Consumer Culture Theory (CCT) Já é uma escola de pensamento em Marketing?. Revista de Administração de Empresas, 52(3), 330-344.
Graeber, D., Cluley, R., Harvie, D., Doukas, D., Girke, F., & Hornborg, A. (2011). Consumption. Current Anthropology, 52(4), 000-000.
Hill, T., Canniford, R., & Mol, J. (2014). Non-representational Marketing Theory. Marketing Theory, 14(4), 377-394.
Hoffman, D. L., & Novak, T. P. (2016). Consumer and object experience in the internet of things: an assemblage theory approach. SSRN Electronic Journal.
Joaquim, A. M., Andrade, H. G. C., Resende, S. P., & Pinto, M. R. (2019). Ver, Sentir, Vivenciar e Crer: Os Estudos sobre Consumo pelos Trilhos da 'Consumer Culture Theory (CCT)'. Revista Economia & Gestão, 19(53), 136-153.
Joy, A., & Li, E. P. H. (2012). Studying consumption behaviour through multiple lenses: an overview of consumer culture theory. Journal of Business Anthropology, 1(1), 141-173.
Kamalipour, H., & Peimani, N. (2015). Assemblage Thinking and the City: Implications for Urban Studies. Current Urban Studies, 3(4), 402-408.
Keller, M., Halkier, B., Wilska, T., & Truninger, M. Routledge Handbook of Consumption. Routledge.
Kozinets, R. (2001). Utopian enterprise: articulating the meanings of star treks culture of consumption. Journal of Consumer Research, 28(1), 67-88.
Latour, B. (1999). Technology is society made durable. A Sociology of Monsters: Essays on Power, Technology and Domination. Routledge.
Latour, B. (2005). Reassembling the Social: An Introduction to Actor-Network Theory. Oxford University Press.
McCracken, G. (2003). Cultura e consumo: novas abordagens ao caráter simbólico dos bens e das atividades de consumo. Mauad.
McCracken, G. (2007). Cultura e consumo: uma explicação teórica da estrutura e do movimento do significado cultural dos bens de consumo. Revista de Administração de Empresas, 47(1), 99-115.
Morais, I. C., & Quintão, R. T. (2016). Reflexões sobre o campo de pesquisa da Consumer Culture Theory no Brasil. Latin American Retail Conference, 9. CLAV.
Müller, M. (2015). Assemblages and Actor-Networks: rethinking socio-material power, politics and space. Geography Compass, 9(1), 27-41.
Nail, T. (2017). What is an Assemblage?. SubStance, 46(1), 21-37.
Pinto, M. R., & Batinga, G. L. (2018). Cultura e Consumo no Brasil: estado atual e novas perspectivas. Editora PUC Minas.
Pinto, M. R., & Joaquim, A. M. (2021). Cultura e Consumo no Brasil: avançando em novas articulações. Editora PUC Minas.
Pinto, M. R., Freitas, R. C., Resende, S. P., & Joaquim, A. M. (2015). Consumer culture theory (CCT) no contexto das experiências de consumo de serviços: em busca de uma agenda de pesquisa. Revista Interdisciplinar de Marketing, 5(2), 49-68.
Pinto, M. R., & Lara, J. E. (2011). As experiências de consumo na perspectiva da teoria da cultura do consumo: identificando possíveis interlocuções e propondo uma agenda de pesquisa. Cadernos EBAPE.BR, 9(1), 37-56.
Pinto, M. R., & Santos, L. L. S. (2008). Em busca de uma trilha interpretativista para a pesquisa do consumidor: uma proposta baseada na fenomenologia, na etnografia e na grounded theory. Revista de Administração de Empresas, 7(2), 1-28.
Retondar, A. M. (2007). A (re)construção do indivíduo: a sociedade de consumo como “contexto social” de produção de subjetividades. Sociedade e Estado, 23(1).
Rocha, A. L. C., & Eckert, C. (2008). Etnografia: Saberes e Práticas. Ciências Humanas: pesquisa e método. Editora da Universidade.
Rocha, E., & Pereira, C. (2009). Juventude e consumo: um estudo sobre a comunicação na cultura contemporânea. Mauad.
Rogers D. (2018). Assemblage theory and the ontological limitations of speculative realism. Dialogues in Human Geography, 8(2), 244-247.
Slater, D. Cultura do consumo e modernidade. Nobel, 2002.
Sherry, J. F., & Fischer, E. (2017). Contemporary Consumer Culture Theory. Routledge.
Souza, I. L., Gaião, B. F. S., Silva, J. D. S., & Leão, A. L. M. S. (2013). Uma abordagem alternativa para a pesquisa do consumidor: adoção da Consumer Culture Theory (CCT) no Brasil. Revista Alcance, 20(3), 383-399.
Souza-Leão, A. L. M., & Moura, B. M. (2022). Ongoing adoption of the assemblage theory in consumer culture theory. Revista Brasileira de Marketing, 21(4), 1360-1395.
Thompson, C. J., & Hirschman, E. C. (1995). Understanding the socialized body: a poststructuralist analysis of consumers. Journal of Consumer Research, 2, 139-15.
Vera, L. A. R., & Gosling, M. S. (2020). Consumer Culture Theory e Lógica Dominante do Serviço: Aproximações Teóricas. Revista Interdisciplinar de Marketing, 10(1), 42-61.
Vera, L. A. R., Gosling, M. S., & Shigaki, H. B. (2019). Teoria da Cultura do Consumo: possibilidades, limitações e caminhos em estudos de marketing no Brasil. Revista de Gestão dos Países de Língua Portuguesa, 18(1), 15-32.
Weijo, H. A., Martin, D. M., & Arnould, E. J. (2018). Consumer movements and collective creativity: The case of Restaurant Day. Journal of Consumer Research, 45(2), 251-274.
Wezemael J. V. (2008). The Contribution of Assemblage Theory and Minor Politics for Democratic Network Governance. Planning Theory, 7(2), 165-185.
Yilmaz, K. (2013). Comparison of Quantitative and Qualitative Research Traditions: epistemological, theoretical, and methodological differences. European Journal of Education, 48(2).
Copyright (c) 2023 Revista Alcance
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Alcance é uma revista brasileira de livre acesso, com publicação quadrimestral, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Administração e Programa de Mestrado Profissional em Administração - Gestão, Internacionalização e Logística da Universidade do Vale do Itajaí – Univali. Procuramos publicar artigos de trabalhos teóricos-empíricos e tecnológicos nas áreas da Administração. Diferentes perspectivas teóricas e metodológicas são bem-vindas, desde que sejam consistentes e relevantes para o desenvolvimento da área.