As mobilizações sociais, protestos, movimentos e manifestações políticas são frequentemente lidas por meio de uma visão utilitarista de seu conteúdo, forma e resultados. O sujeito que produz e se produz nestas mobilizações constitui um elemento direcional para se compreender os sentidos políticos que se plasmam nas ruas, nas reivindicações e em toda sorte de sinais simbólico-paradigmáticos da pólis e da política. Convém escapar à redução material e utilitária da insurgência revisitando as origens da emergência dos sujeitos para ampliar o repertório dos sentidos que denotam a realidade sociopolítica e frequentemente a interpela sob os signos da subjetividade e da política. Este texto apresenta uma reflexão sobre a produção do sujeito na mobilização social, a partir da tessitura alegórica, plástica e literária de duas obras referenciais: a peça Hamlet (1587) de do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare, e a obra Operários (1933) da artista visual Tarsila do Amaral.
AMARAL, T. Operários. 1933. Pintura, óleo sobre tela, 150 x 230 x 5 cm.
GOTLIB, N. B. Tarsila do Amaral: a modernista. São Paulo: Editora SESC, 2018.
SHAKESPEARE, W. Hamlet. Tradução de Millôr Fernandes. São Paulo: L&M Pocket, 1997.
SANTOS, G. S.; PEREIRA, A. M. Territorialidades episódicas e identidades flutuantes em mobilizações sociais em rede: uma reflexão sobre o movimento #EleNão In: PAULA, A. M. N. R.; AMORIM, M. M. T. Movimentos Sociais, Identidade e Territorialidades.Montes Claros: Unimontes, 2020.
TOURAINE, A. O sujeito como movimento social. In: ________. Crítica da modernidade. Tradução de Elia Ferreira Edel. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. p. 247-268.
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