Um dos atuais desafios assumidos pelos governos, entidades de classe e a comunidade empresarial é aquele de criar condições para aproveitar os benefícios da abertura econômica e levá-la a contribuir para que o Brasil venha a ser um player importante nos negócios internacionais. Na última década, tem havido claras demonstrações de que o Investimento Externo Direto (IED) é um componente importante na estratégia de desenvolvimento nacional e local. Este estudo teve como principal proposta analisar, através de relatos de experiências em três casos, como ocorre o processo do investimento externo direto português no Ceará, articulando-o ao enfoque comportamental da Escola de Uppsala e posteriormente da Escola Nórdica de Negócios Internacionais. Neste âmbito, constatou-se que para a compreensão do IED português torna-se evidente o papel dos empreendedores, o estabelecimento de relacionamentos em networks pessoais, de negócios e interorganizacionais e a influência nestas redes dos atores políticos. As narrativas analisadas evidenciaram ainda que estas dimensões são articuladas e potencializadas através o fenômeno da "distância psíquica" e seu paradoxo reduzindo as incertezas além fronteiras.