UMA CONCEPÇÃO PRAGMÁTICA DE RACIONALIDADE PARA A ADMINISTRAÇÃO
Data de publicação: 16/07/2013
Este artigo teórico apresenta os resultados de uma investigação sobre algumas peculiaridades ou
pressupostos da racionalidade majoritariamente presente na Administração e, notadamente, na chamada
administração estratégica: a racionalidade moderna. Investigação motivada pelos problemas e pelos limites
que essa aporta para a ciência, bem como as consequências que sua adversária, identificada com a proposta
pós-moderna, também acarreta, a começar pelo questionamento do próprio estatuto do conhecimento.
Aquela, ao conceber o conhecimento como uma representação, avaliza uma distinção arbitrária entre
mundo e linguagem, que de um lado se tem o mundo como ele é e, do outro, sua imagem, capturada
pelo pensamento e expressa pela linguagem. Essa, menos afeita à certeza, lança na dúvida conceitos
como realidade, objetividade e totalidade ao colocar que resultam de um discurso histórico e socialmente
localizado e, como tal, precário. Crítica que põe sob suspeita, por meio de argumentos poderosos, toda
uma tradição teórica moderna excessivamente confiante, mas que acaba por se mostrar tímida quanto a
apontar novos caminhos. Com isso, propicia-se um vácuo perturbador, pois se tem, de um lado, um discurso
moderno agora abalado e, do outro, uma opção pós-moderna refugiada no silêncio ou na polifonia que
termina por se mostrar incômoda. Alternativas que não atendem às demandas do conhecimento científico
e, em particular, do conhecimento sobre as organizações, demandando dos que militam neste campo o
enfrentamento dessa questão. Enfrentamento assumido pelo artigo ao defender como mais apropriada
uma concepção pragmática de racionalidade, que toma o significado como decorrente do uso da linguagem
e com isso evita tanto o dogmatismo do moderno como o relativismo do pós-moderno.