Considerando o impacto que a atividade turística sofre, em razão de problemas políticos, sociais e sanitários (como a pandemia de covid-19), estudar a gestão de crises no turismo torna-se um tema relevante e necessário. Definiu-se como objetivo desta pesquisa entender as experiências dos ex-ministros do Turismo no Brasil na gestão de crises durante sua liderança e, como objetivo específico, identificar a existência de um plano de ação para crises. De caráter exploratório e descritivo, realizou-se uma revisão narrativa da literatura, adotou-se a técnica de análise temática de conteúdo, embasando-se no referencial teórico acerca de gestão de crises e gestão pública. Foram entrevistados 12 ex-mandatários que apresentaram suas percepções sobre ações e protocolos de gestão de crises, redução de impactos no turismo e caminhos pós-crise de 2020-2021. Seus resultados sugerem que se deve investir em pesquisas e ações para aprimorar e instrumentar o Ministério do Turismo, priorizando teorias de prevenção e preparação para crises; elaborar protocolos de comunicação de risco para o trade turístico; promover ações de educação e treinamento em gestão de crise para stackholders; desenvolver estudos sobre crises, sistematizando aprendizados; captar e analisar informações atualizadas do mercado turístico (inclusive por mídias digitais); adotar mecanismos institucionais de prevenção de crises políticas. A revisão de literatura apontou que, mundialmente, gestores públicos sentiram-se inseguros com relação a ações adotadas na crise de covid-19, diante da escassez de referências anteriores, culminando na intensidade dos impactos negativos da pandemia sobre seus setores. Considera-se que as ações do poder público federal devam incluir estratégias de resiliência e reflexão sobre os impactos institucionais e organizacionais para o bem-estar social e recuperação no período pós-pandêmico
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