O Turismo de Base Comunitária (TBC) surge como uma alternativa ao turismo de massa no sentido de propor a gestão do turismo pela própria comunidade. Contudo, os estudos apontam para potenciais de TBC, sem se debruçar sobre os aspectos da gestão interna das comunidades. O objetivo do trabalho é analisar o potencial para implementação do TBC no Assentamento 72, em Ladário, MS. A pesquisa é qualitativa, utilizou-se a história oral como método de entrevistas, e os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo e com auxílio do software IRAMUTEQ. Os resultados identificam questões de gestão interna do assentamento, existem práticas de associativismo e decisões autônomas, além de parcerias com a Embrapa Pantanal e com a UFMS. Assim, notou-se que existe potencial para desenvolver TBC no assentamento pesquisado. Apesar de não ocorrer prática de turismo, existem conversas sobre planejamento e execução de uma festa com produtos locais e há a possibilidade de oferecer passeios no assentamento para os turistas conhecerem essa realidade. As discussões sobre as iniciativas de TBC precisam avançar no sentido de não apenas expor potencialidades ligadas a passeios, mas em compreender a organização e as múltiplas relações das comunidades receptoras.
Aldecua, M. J. F. (2011). Turismo comunitário e turismo de base comunitária: estamos falando da mesma coisa? The Sustainable Periplo, 20, 31-74.
Almeida, M. G. (2021). Agroextrativistas e as controvérsias nas políticas sociais e ambientais no assentamento de Maracá, no estado do Amapá. Revista NERA, 24(58), 100-124.
Amaral, A. F., Sampaio, A. C. M., Messias, N. C., & Jesus, V. S. G. (2017). Turismo de Base Comunitária: possibilidades de empoderamento da Comunidade Serra Negra, Almas (TO). Revista Brasileira de Ecoturismo, 10(1), 142-156.
Arbarotti, A. (2018). Disputas e hierarquias no acesso à água em assentamentos de reforma agrária (Tese de Doutorado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2018.
Arbarotti, A. E. & Martins, R. C. (2018). Mudanças climáticas nos assentamentos rurais: uma etnografia sobre a experiência do futuro. Retratos de Assentamentos, 22(1), 116-138.
Aref, F., Gill, S. S. & Aref, F. (2010). Tourism Development in Local Communities: as a Community Development Approach. Journal of American Science, 6(2), 155-161.
Arias-Hidalgo, D. & Méndez-Estrada, V. H. (2016). Diferenças na habitação, alojamentos turísticos, idioma, parentesco e percepção do turismo em comunidades Bribri com diferentes níveis de isolamento geográfico (Talamanca, Costa Rica). Cadernos de pesquisa UNED, 7(2), 119-129.
Bardin, L. (2015). Análise de Conteúdo. 1. ed. Edições 70.
Barros, A. L. R. & Rodrigues, C. G. O. (2019). Educação diferenciada e turismo de base comunitária nos territórios caiçaras de Paraty (RJ). Ambiente e Sociedade, 22.
Bazzanella, A. (2013). O encantamento como campo simbólico: uma abordagem estética das narrativas sobre a experiência do fantástico. (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paraty, 2013.
Bizerra, F. L. & Fernandes, B. M. (2021). A paralisação da reforma agrária em Mato Grosso do Sul. Campo-Território, 16, 227-247.
Burgos, A. & Mertens, F. (2016). As redes de colaboração no turismo de base comunitária: implicações para a gestão participativa. Tourism & Management Studies, 12(2).
Burgos, A. & Mertens, F. (2015). Os desafios do turismo no contexto da sustentabilidade: as contribuições do turismo de base comunitária. Pasos, 13(1), 57–71.
Cabanilla, E. (2015). Impactos culturales del turismo comunitario en Ecuador sobre el rol del chamán y los ritos mágico-religiosos. Estudios y Perspectivas en Turismo, 24, p. 356–373.
Campos, J. S. & Silva, L. G. (2020). Potencialidades turísticas no projeto de assentamentos Serra Dourada no município de Goiás (GO) em 2017. Revista Mirante, 13(2).
Carvalho, G. C. & Costa, M. E. L. (2021). Identidade e representações sociais de jovens em assentamentos rurais da Zona da Mata de Alagoas. Interfaces Científicas - Humanas e Sociais, 9(2), 201-214.
Coca, E. L. F., Vinha, J. F. S. C., & Cleps , J., Jr. (2021). Movimento socioterritoriais, agroecologia e soberania alimentar em Minas Gerais: lutas, resistências e desafios do campesinato. Campo-Território: Revista de Geografia Agrária, 16(42), 117-144.
Costa, E. A. (2021). Expressões territoriais da agroecologia. Magazín Ruralidades y Territorialidades, 7, 51-55.
Costa, E. A., Zarate, S. S. & Macedo, H. A. (2012). Princípio do desenvolvimento territorial no assentamento rural 72, em Ladário-MS, Brasil. In Saquet, M. A., Dansero, E. & Candiotto, L. Z. P. (Orgs). Geografia da e para a cooperação ao desenvolvimento territorial: experiências brasileiras e italianas (pp. 125-145). São Paulo, SP: Outras Expressões.
Cruz, R. M. M. & Fontana, R. F. (2018). Feira Do Peixe Vivo: Feiras Rurais enquanto Alternativa para a Agricultura Familiar e o Desenvolvimento Rural Sustentável. Applied Tourism, 3(3), 37-53.
Cunha, E. S., Costa, E. A., Cuyate, R., Silva, B. L. P., & Feiden, A. (2018). Da resistência à transição agroecológica no assentamento 72, Ladário/MS: uma história de luta. Cadernos de Agroecologia, 13(2).
Eça, T. S. S. (2021). Economia Solidária na Bahia: Uma experiência: Banco Solidário Quilombola do Iguape. In Silva, A. L. V (Org.). Estudos em Ciências Humanas e Sociais, 5 (pp. 48-58). Belo Horizonte, MG: Poisson.
Egrejas, M., Bursztyn, I. & Bartholo, R. (2013). La valoración del diálogo en la construcción e implementación de rutas turísticas: proyectos Palacios de Rio y Central de Turismo Comunitario de la Amazonia - Brasil. Estudios y Perspectivas en turismo, 22(6), 1160–1181.
Faxina, F. & Freitas, L. B. A. (2021), Análise de implantação do turismo de base comunitária em Terra Caída, Sergipe, Brasil. Revista Turismo Visão e Ação, 23(1).
Feiden, A., Comastri, J. A., Filho, Araujo, M. T., & Costa, E. A. (2022). Avaliação participativa de cultivares crioulas e melhoradas de feijão no Assentamento 72 em Ladário, MS. Cadernos de Agroecologia, 17, 1-10.
Feiden, A., Juliano, R. S., & Costa, E. A. (2020). Estudo preliminar da criação de aves domésticas diferentes de galinhas pelas mulheres do Grupo Bem-Estar no Assentamento 72 em Ladário MS. Cadernos de Agroecologia, 15, 1-12.
Flores, Y., Lima, F. B. C., & Christoffoli, A. R. (2016). Turismo rural comunitário: estratégias de gestão e consolidação familiar no Estado de Santa Catarina (Brasil). Estudos e perspectivas em turismo, 25(4), 576-596.
Freire, P. (1967). Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro RJ: Paz e Terra.
García, D. A. (2020) Una ruta proyectada entre mieles y devenires : reproducción ampliada y ambientes para la vida en una experiencia turística cooperativa. (Dissertação de Mestrado). Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales, Buenos Aires, Argentina.
Gómez, C. R. P., Falcão, M. C., Castillo, L. A. G., Correia, S. N., & Oliveira, V. M. (2015). Turismo de base comunitária como inovação social: congruência entre os constructos. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 13(5).
Irving, M. A. (2009). Reinventando a reflexão sobre turismo de base comunitária – inovar é possível? In: Bartholo , R., Sansolo , D. G., & Bursztyn, I. (Org.). Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras. (p. 25-44) Rio de Janeiro: Letra e Imagem.
Kieffer, M. (2021). El turismo de las comunidades rurales en México: un turismo alternativo enmarcado en la Economía Social y Solidaria. Otra Economía, 14(26), 62-82.
Köhler, A. F. (2021). Autenticidade: revisão de literatura e estado atual de sua discussão e aplicação no campo de turismo. Revista Iberoamericana de Turismo-RITUR, 11(1), 60-48.
Kukiel, E. D. G., Costa, E. A., & Mariani, M. A. P. (2016). O turismo de base local e o desenvolvimento territorial do Assentamento 72 em Ladário (MS). Revista Brasileira de Ecoturismo, 9(1), 133-151.
Lima, M. A. G., Irving, M. A., & Oliveira, E. (2022). Decodificando Narrativas de Políticas Públicas de Turismo no Brasil: uma leitura crítica sobre o turismo de base comunitária (TBC). RBTUR - Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 16.
Maia, A. H. & Gomes, J. L. (2020). Turismo e memórias: práticas e saberes no Assentamento Serra Verde, Barra do Garça - MT. Guaju, 6(1), 3-28.
Maldonado, C. (2009). O turismo rural comunitário na América Latina: gênesis, características e políticas. In: Bartholo , R., Sansolo , D. G., & Bursztyn, I. (Org.). Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras. (p. 25-44) Rio de Janeiro: Letra e Imagem.
Mano, A. D., Mayer, V. F., & Fratucci, A. C. (2017). Turismo de base comunitária na favela Santa Marta (RJ): oportunidades sociais, econômicas e culturais. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 11(3), 413-435.
Mariosa, D. F., Morais, L. P., Brito, B. R., Falsarella, O. M., Sugahara, C. R., & Benedicto, S. C. (2022); A contribuição da economia social e solidária para a autonomia das populações indígenas situadas numa área de reserva de desenvolvimento sustentável na Amazônia. Otra Economía, 15(27).
Meihy, J. C. S. B. & Holanda, F. (2015). História Oral: como fazer, como pensar. 2. ed. 4 reimp. São Paulo: Contexto.
Moraes, E. A., Irving, M. A., Pedro, R. M. L. R., & Oliveira, E. (2020). Turismo de base comunitária à luz da teoria ator-rede: novos caminhos investigativos no contexto brasileiro. Revista Crítica de Ciências Sociais, 122, 145-168.
Moreira, F. G. (2020). As relações produtivas nos assentamentos rurais do município de Nova Andradina/MS. Revista NERA, 23(55), 165-190.
Moreira, F. G. (2020a). Territorialidade e relações de poder nos assentamentos rurais do município de Nova Andradina/MS. Desenvolvimento em Questão, 18(50).
Oliveira, A. A. N., Diógenes, C. M., & Almeida, D. M. F. (2021). Lazer e protagonismo social: uma experiência de turismo comunitário no nordeste brasileiro. Cadernos de Geografia, 43, 67-80.
Paula, L. A. C. (2020). A bela flor do/no campo: por uma geografia de gênero e (r)existência em assentamentos rurais do interior de São Paulo (Tese de Doutorado). Unesp, Presidente Prudente.
Paulino, E. T., Moreira, R. M. P., & Almeida, R. A. (2018). Produção agroecológica para construção de autonomias no campo e na cidade: uma experiência em Três Lagoas-MS e Londrina-PR. Cadernos de Agroecologia, 13(2).
Pinto, J. S., Costa, E. A., Frainer, D. M., Oliveira, A. K. M., & Souza, C. C. (2017). Eficiência social, econômica e ambiental nos assentamentos rurais do Pantanal Sul. Ra e Ga - O Espaço Geográfico em Análise, 40, 8-22.
Ronconi, L. F. A., Menezes, E. C. O., & Bittencourt, B. L. (2019). Desenvolvimento Territorial Sustentável Iniciativa de Economia Social e Solidária no Contexto do Turismo. Desenvolvimento em Questão, 17(49).
Rosset, P. & Altieri, M. (2018). Agroecologia: ciência e política. La Paz: SOCLA.
Salvador, P. T. C. O., Gomes, A. T. L., Rodrigues, C. C. F. M., Chiavone, F. B. T., Alves, K. Y. A., Bezerril, M. S., & Santos, V. E. P. (2018). Uso do software IRAMUTEQ nas pesquisas brasileiras na área da saúde: A Scoping Review. Revista Brasileira em Promoção de Saúde,31(supl.), 1-9.
Saquet, M. A. (2014). Agricultura camponesa e práticas (agro)ecológicas. Abordagem territorial histórico-crítica, relacional e pluridimensional. Mercator, 13(2), 125-143.
Sebele, L. S. (2010). Community-based tourism ventures, benefits and challenges: Khama Rhino Sanctuary Trust, Central District, Botswana. Tourism Management, 31, 136–146.
Silva, E. L., Silva, K. A., Sousa, F. R. L., & Tavares, F. B. R. (2019). A escassez hídrica na zona rural: o consumo de água sob a perspectiva dos agricultores de um assentamento no município de Pombal-PB. Research, Society and Development, 8(6).
Silva, F. M., Silva, M. J., Oliveira, J. M. S., Castro, E. B. O., Silva, M. L., & Souza, R. V. C. (2020). Práticas agroecológicas como atrativos para o turismo de base comunitária na zona da mata sul de Pernambuco. Cadernos de Agroecologia, 15(2).
Silva, D. A. & Silva, R. O. (2020). Trabalho e economia solidária na formação identitária do Assentamento Florestan Fernandes. Diversitas Journal, 5(2), 1398-1410.
Simonato, D. C., Figueiredo, R. A., Dornfeld, C. B., Esquerdo, V. F. S., & Bergamasco, S. M. P. P. (2019). Saneamento rural e percepção ambiental em um assentamento rural - São Paulo - Brasil. Revista Retratos de Assentamentos, 22(2).
Tolkach, D. & King, B. (2015). Strengthening Community-Based Tourism in a new resource-based island nation: Why and how? Tourism Management, 48, 386–398.
Tonini, H. & Dolci, T. S. (2020). Turismo rural e novos mercados para produtos alimentares agroecológicos: estudo de caso da Rota Via Orgânica. Rosa dos Ventos, 12(3).
Tourtier-Bonazzi, C. (2006). Arquivos: propostas metodológicas. In Ferreira, M. M. & Amado, J. (Org.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.
Villavicencio, B. P., Zamora, J. G., & Pardo, G. L. (2016). El Turismo Comunitario en la Sierra Norte de Oaxaca: Perspectiva desde las instituciones y la gobernanza en territorios indígenas. El Periplo Sustentable, 30, 6–37.
Xavier, P. W. L., Oliveira, P. D. M., Leite, J. K. S., & Rodrigues, G. G. (2017). Turismo de base comunitária: possibilidades para o monumento natural grota do angico e o projeto de assentamento Jacaré-Curituba, Sergipe, Brasil. REDE – Revista Eletrônica do PRODEMA, 11(1), 104-116.
Zanetoni, J. P. F., Mariani, M. A. P., Araújo, G. C., & Santos, G. M. (2022). Turismo de Base Comunitária (TBC) como fonte de renda para Assentamentos da Agricultura Familiar. Economia e Região, 10(3), 113-131.
Zarate, S. S., Santos, D. S., & Costa, E. A. (2010). Limites e possibilidades do desenvolvimento rural sustentável no assentamento rural 72, em Ladário-MS. In Anais do XX Encontro Nacional de Geografia Agrária, Francisco Beltrão, PR.
Copyright (c) 2023 Turismo: Visão e Ação
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Turismo: Visão e Ação vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - Mestrado e Doutorado, é um periódico científico de publicação no sistema de fluxo contínuo, interdisciplinar e de alcance internacional, classificada, segundo os critérios Qualis/CAPES (2017-2020), como 'A3' na área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo. Registrada no ISSN sob o número 1983-7151, a Turismo: Visão e Ação iniciou suas atividades em 1998 com publicações impressas, nas versões inglês e português. Em 2008, transformou-se em publicação On-Line, com alcance maior do público interessado, mantendo como política de ser um periódico de acesso aberto e sem cobranças de taxas de submissão e acesso aos artigos. A Turismo: Visão e Ação (TVA) possui como título abreviado do periódico Tur., Visão e Ação, usado em bibliografias, notas de rodapé, referências e legendas bibliográficas.