Tendo por fator de motivação a escassez de estudos acadêmicos em turismo e lazer no Brasil que dirijam seu foco para o portador de deficiência no papel de consumidor, a presente pesquisa tem por objetivo investigar as dificuldades enfrentadas pelos portadores de deficiência como consumidores de serviços relacionados ao lazer extradoméstico. Para discutir tais dificuldades, recorreu-se a entrevistas focalizadas e semiestruturadas conduzidas junto a informantes-chaves, utilizando-se o método da análise de conteúdo clássica para tratamento dos dados. Os resultados mostram que são muitas as barreiras que os deficientes têm que enfrentar com relação ao consumo de serviços em atividades de lazer. Alguns pontos sinalizados como mais críticos foram a falta de preparo dos prestadores de serviços; barreiras arquitetônicas; poder aquisitivo insuficiente para arcar com custos extras recorrentes das necessidades especiais e desinteresse tanto da população quanto do governo no que tange à inclusão dessas pessoas. A partir da constatação de que existe uma miríade de barreiras sóciotécnicas a serem enfrentadas pelos deficientes para dedicar se ao lazer, enfatiza-se a importância de que as organizações do setor se conscientizem da significância do mercado composto pelas pessoas portadoras de deficiência; e que trabalhem no sentido de adaptar a elas os serviços ofertados.