O artigo analisa a transformação da esfera pública na era digital, discutindo a passagem simbólica da praça pública ao “feudo algorítmico”. Parte-se da perspectiva histórica de autores como Habermas e Castells para mostrar como a promessa inicial de um espaço digital democrático deu lugar a plataformas privadas regidas por algoritmos opacos e orientados pelo lucro. Examina-se a evolução das redes sociais, desde os fotologs e fóruns até o domínio de Facebook, Instagram e TikTok, destacando os efeitos da curadoria algorítmica sobre a cidadania, a subjetividade e a deliberação democrática. O texto problematiza fenômenos como bolhas informacionais, polarização e narcisismo digital, refletindo sobre os riscos do capitalismo de vigilância. Por fim, propõe caminhos de resistência, como a alfabetização algorítmica, marcos regulatórios equilibrados e arquiteturas digitais descentralizadas, com vistas à reconstrução de uma esfera pública mais aberta, plural e democrática.

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