O Ensino de Geografia no Brasil: as prescrições oficiais em tempos neoliberais
A partir da segunda metade da década de noventa do século passado, uma nova política de estado, destinada a promover a reforma da educação brasileira, foi sendo implementada. Fazendo parte desta política maior, e recebendo especial destaque, novas determinações oficiais foram impostas para o currículo prescrito para a educação básica, incluindo-se aquelas destinadas ao ensino de geografia para este nível educacional. As análises por mim realizadas, resultantes de um estudo de caráter qualitativo realizado por intermédio dos aportes metodológicos das pesquisas bibliográfica e documental, levaram-me a concluir que o currículo prescrito pelo governo brasileiro para o ensino de geografia, presente nos chamados Parâmetros Curriculares Nacionais, resulta da necessidade de fazer com que a escola e essa disciplina, venham a atender as novas demandas postas pelo capitalismo. Busco demonstrar que neste momento em que as idéias neoliberais promovem uma colonização da educação e do currículo, as geografias escolares de fundamentação positivista ou dialética que se fazem presentes nas salas de aula, tornaram-se entrave para o cumprimento do novo papel que se espera da escola. Para lhes contrapor, uma nova geografia escolar de fundamentação fenomenológica e construtivista foi selecionada pelo estado para ser veiculada no interior das escolas.