Sociologia da Educação: uma leitura dos novos objetos de pesquisa
O presente artigo tem como objetivo resgatar, inicialmente, o percurso da Sociologia
da Educação na consolidação como campo da ciência. Desde os clássicos do século
XIX até os dias atuais, procurou-se elucidar a associação das tendências sociológicas
ao modo de organização da sociedade em cada período histórico. Desnuda-se uma
importante vertente sociológica que se denomina macrossociologia, cuja abordagem,
com o passar do tempo, mostrou-se insuficiente para explicar as tensões e contradições
existentes na vida social. Assim, o surgimento de novas perspectivas de análise
microssociológicas expressam a tentativa de ultrapassar o pensar estéril das teorias
desgastadas e, ao mesmo tempo, de alocar a diversidade de paradigmas que vieram
garantir a passagem de concepções teóricas abstratas, universais e mecanicistas para
formas concretas, particulares e contingentes de teorização. As análises acerca das
trajetórias escolares e de trabalho, como um novo objeto de pesquisa sociológica,
constituem a referência deste trabalho para exemplificar as inúmeras possibilidades
que estas novas tendências oferecem quanto à articulação entre as abordagens macro
e microssociológicas. Por fim, este trabalho é uma contribuição para as reflexões
sobre o tempo e o lugar da Sociologia da Educação no quadro intelectual
contemporâneo, assim como sobre a natureza específica da investigação sociológica.