O esporte moderno já tem um percurso estabelecido que permite compreender seu modus operandi, particularmente no tocante à visibilidade da normalidade, à sincronia proposital entre corpos, gêneros e sexualidades e ao estabelecimento do rendimento esportivo, por meio do emprego de técnicas 'precisas' e ‘corretas’. A proposta deste texto é trazer casos de atletas que apareceram na história do esporte durante o século XX, a fim de edificar três problematizações trazidas por tais corpos, sendo elas: a) dissonâncias de gênero não visibilizadas tendem a apagar existências de registros oficiais; b) é nas modalidades esportivas mais conhecidas e valorizadas pela cultura ocidental que mais se identifica tal invisibilidade em comparação com esportes desconhecidos; e c) o nível de performance esportiva contribui para manter os ‘casos de exceção’ escondidos: quanto melhor a performance, mais um corpo tende a ser normalizado. A partir de uma analítica das variáveis ‘gênero’, ‘visibilidade’ e ‘nível de performance’ conclui-se que o próprio sistema se encarrega de estabelecer as (a)normalidades corporais e manter as invisibilidades esportivas para a manutenção do status quo.
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