Este artigo analisa as transformações sociais decorrentes da revolução tecnológica e da inteligência artificial (IA). Argumenta que a IA, com sua memória e capacidade de processamento superiores, está suplantando a inteligência humana em tarefas laborais, especialmente as de cunho intelectual. A tese central é que este cenário aponta para uma sociedade pós-trabalho, onde a utilidade econômica do "homo faber" se esvai. Em vez de lamentar, o texto propõe que o fim do trabalho representa uma oportunidade para a humanidade se libertar das imposições produtivas e se voltar a dimensões subjetivas e não utilitárias da vida, como a arte e a poesia. Conclui-se que o desafio reside em como a sociedade se adaptará a essa liberdade radical, dada a possibilidade de uma servidão voluntária à tecnologia e a falta de controle sobre seu avanço

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