Objetivo - Este trabalho tem como objetivo demonstrar a contribuição significativa da governança e da gestão participativa, juntamente com seus benefícios associados, para o desenvolvimento turístico de Urubici, uma cidade em Santa Catarina, Brasil, durante os anos de 2021 e 2022.
Desenho/metodologia/abordagem - A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, bibliográfica, envolvendo a revisão de artigos científicos e livros que discutem governança e gestão participativa. A pesquisa é documental, exploratória e empírica, extraída de dados secundários, coletados de atas de reuniões do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) e relatórios de atividades emitidos pela Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo (SETUR), o Plano Municipal de Turismo (2021) e o Plano de Iniciativa de Turismo Sustentável de Urubici (PLATS, 2013-2023) e observação participativa.
Resultados - A contribuição original deste artigo reside no papel de articulação e mobilização desempenhado pelos atores envolvidos no desenvolvimento turístico do município. Esses stakeholders representam várias entidades públicas e privadas, exercendo influência sobre as comunidades, tornando a tomada de decisão colaborativa um esforço complexo.
Implicações práticas - As implicações práticas ocorreram com a implementação da governança ativa do turismo em Urubici, facilitando uma abordagem de gestão inovadora e participativa que apoia o empreendedorismo local e promove a capacitação profissional no setor.
Originalidade/valor - Os principais achados revelam que as ações implementadas por meio da gestão participativa se alinham tanto ao Plano Municipal de Turismo quanto ao Plano da Iniciativa de Turismo Sustentável de Urubici, destacando o papel da gestão participativa na criação do modelo de governança. As conclusões do estudo são específicas do contexto.
Limitações da pesquisa - As limitações da pesquisa são a quantidade limitada de informações atualizadas, disponíveis no município. Trata-se de um desafio comum em municípios pequenos que dificulta a expansão de iniciativas de governança. Vale considerar que os planos focam principalmente em previsões de curto prazo, mas seria ideal conduzir estudos envolvendo planos estaduais que incorporem projeções de longo prazo e reavaliações regulares.
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