Objetivo – Esta pesquisa teve como objetivo analisar a perspectiva de atores dos setores do turismo e do audiovisual em Pernambuco, quanto às possibilidades de colaboração entre esses segmentos para o desenvolvimento do turismo cinematográfico.
Desenho/metodologia/abordagem – Para tanto, adotou-se um enfoque exploratório-descritivo, com a realização de entrevistas semiestruturadas com quatro agentes — representantes da gestão pública e do setor privado de ambos os setores — conduzidas entre março e abril de 2023. As entrevistas buscaram compreender a percepção desses agentes e suscitar possíveis contribuições para o desenvolvimento do turismo cinematográfico no estado.
Resultados – Os resultados indicam que, embora exista uma relação entre os setores do turismo e do audiovisual, essa interação ainda é pouco explorada e unilateral.
Implicações práticas – A pesquisa aponta a necessidade de políticas públicas e maior articulação entre os setores do turismo e do audiovisual em Pernambuco. A criação de uma film commission é essencial para mediar ações e fomentar o turismo cinematográfico. Sugere-se, ainda, o desenvolvimento de roteiros turísticos baseados em produções locais, promovendo a valorização cultural e a diversificação da oferta turística no estado.
Originalidade/valor – Embora o turismo cinematográfico seja um tema emergente, ainda há poucas discussões e investigações teórico-empíricas sobre o segmento no Brasil, especialmente em Pernambuco, apesar do expressivo quantitativo de produções audiovisuais no estado, que abrangem diversos formatos midiáticos e utilizam frequentemente suas paisagens como cenário.
Limitações da pesquisa – Entre os principais desafios apontados pelos entrevistados, destacam-se a ausência ou insuficiência de políticas públicas específicas, a falta de articulação entre os setores e a inexistência de uma entidade mediadora, como uma film commission, que fomente, de forma integrada, esse segmento em Pernambuco.
Bardin, L. (2009). Análise de conteúdo (4th ed.). Edições 70.
BBC. (2025). Medindo o 'efeito Lótus Branco': Como os locais de TV e cinema impactam as viagens. BBC Travel. Recuperado de: https://www.bbc.com/travel/article/20250213-how-tv-and-film-locations-impact-travel-the-white-lotus-effect
Beeton, S. (2006). Understanding film-induced tourism. Tourism Analysis, 11(3), 181-188.
Beric, D., Pavlovic, D., & Radovic, V. (2013). Film tourism: A contemporary resource for promoting Serbia. Turizam, 17(1), 18-28.
Campos, J. L., Gomes, C. L., & Fonseca, J. L. (2020, junho 10). Atuação das film commissions da Região Sudeste do Brasil: Interfaces com o turismo cinematográfico. Marketing & Tourism Review, 5(1). Recuperado de: -https://revistas.face.ufmg.br/index.php/mtr/article/view/5882
Carl, D., Kindon, S., & Smith, K. (2007). Tourists' experiences of film locations: New Zealand as 'Middle-Earth'. Tourism Geographies, 9(1), 49-63. https://doi.org/10.1080/14616680601092824
Croy, W. G., & Walker, R. D. (2003). Rural tourism and film: Issues for strategic regional development. In: Hall, D., Roberts, L., & Mitchell, M. (Eds.) New directions in rural tourism (pp. 115-133). Ashgate Publishing.
Cucco, M. (2013). Turismo cinematográfico: Quando o cinema promove o território. FrancoAngeli.
Di Cesare, F., & La Salandra, A. (2015). Film induced, steps for a real exploitation in Europe. Almatourism: Journal of Tourism, Culture and Territorial Development, 6(4), 1-17. https://doi.org/10.6092/issn.2036-5195/4949
Expedia Group. (2022). Dados, tendências e IA estão transformando o setor de turismo (Temporada 2, Episódio 5) [Podcast]. Recuperado de: https://partner.expediagroup.com/pt-br/resources/podcast/data-trends-ai-transforming-travel-industry#accordion-d26d6a7c23-item-366cdc582f
Farias, L. dos M. (2023). Explorando o potencial do turismo cinematográfico no Recife: Uma análise detalhada das oportunidades e desafios (Trabalho de Conclusão de Curso). Universidade Federal de Pernambuco.
Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa (J. E. Costa, Trad.). Artmed.
Fois-Braga, H. (2009). Turismo (d)e teledramaturgia na narração dos espaços urbanos: A representação da cidade de Tiradentes na minissérie Hilda Furacão da Rede Globo [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Juiz de Fora]. Recuperado de: https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/4219/1/humbertofoisbraga.pdf
Forbes. (2025, fevereiro 10). Turismo cinematográfico: Como a indústria do cinema impacta os destinos de viagem. Recuperado de: https://forbes.com.br/forbeslife/2025/02/turismo-cinematografico-como-a-industria-do-cinema-impacta-os-destinos-de-viagem/
Fraser, M. T., & Gondin, S. M. (2004). Da fala do outro ao texto negociado: Discussões sobre a entrevista na pesquisa qualitativa. PAIDÉIA, 14(28), 139-152.
Frost, W. (2010). Life changing experiences: Film and tourists in the Australian outback. Annals of Tourism Research, 37(3), 707-726.
Gastal, S. (2005). Turismo, imagens e imaginários. Aleph.
Godoy, A. S. (1995). Pesquisa qualitativa: Tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas, 35(3), 20-29.
Hanson, D., & Grimmer, M. (2007). The mix of qualitative and quantitative research in major marketing journals, 1993-2002. European Journal of Marketing, 41, 58-70. https://doi.org/10.1108/03090560710718111
Hudson, S. (2011). Working together to leverage film tourism: Collaboration between the film and tourism industries. Worldwide Hospitality and Tourism Themes, 3(2), 165-172.
Hudson, S., & Ritchie, J. R. B. (2006). Promoting destinations via film tourism: An empirical identification of supporting marketing initiatives. Journal of Travel Research, 44, 387-396.
Ignarra, L. R. (2003). Fundamentos do turismo (2nd ed.). Pioneira.
Irimias, A. (2015). Business tourism aspects of film tourism: The case of Budapest. Almatourism: Journal of Tourism, Culture and Territorial Development, 6(4), 35-46.
Körössy, N., Falcão, M., & Vasconcelos, J. V. (2023). Film commissions e turismo cinematográfico: Uma análise da realidade brasileira. Razón y Palabra, 27, 67-85.
Körössy, N., & Paes, R. G. (2020). A produção científica brasileira sobre turismo cinematográfico: Uma análise bibliométrica de 2011 a 2018 / The Brazilian scientific production on film tourism: A bibliometric analysis – 2011 to 2018. Revista Rosa dos Ventos – Turismo e Hospitalidade, 12(4). Recuperado de: https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/rosadosventos/article/view/8326
Lade, C. et al. (2020). The future of film tourism. In: Lade, C. et al. (Eds.), International tourism futures: The drivers and impacts of change (pp. 103-116). Goodfellow Publishers.
Luna, S. B., & Godoy, K. E. (2012). A estética turística e cinematográfica da favela: Suportes de uma autenticidade construída. Caderno Virtual de Turismo, 12(2), 239-252. Recuperado de: https://www.academia.edu/2654182/A_est%C3%A9tica_tur%C3%ADstica_e_cinematogr%C3%A1fica_da_favela_suportes_de_uma_autenticidade_constru%C3%ADda
Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (2007). Técnicas de pesquisa: Planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados (6th ed.). Atlas.
Martins, J. (2022, novembro 14). Para além do jargão: Como criar sinergia na equipe. Asana. Recuperado de: https://asana.com
Melo, P. F. C., & Körössy, N. (2021). Estratégias para o desenvolvimento do turismo cinematográfico: Um guia prático. Universidade Federal de Pernambuco.
Ministério do Turismo. (2007). Estudo de sinergia e desenvolvimento entre as indústrias do turismo & audiovisual brasileiras. Ministério do Turismo. Recuperado de: https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/segmentacao-do-turismo/estudo-de-sinergia-e-desenvolvimento-entre-as-industrias-do-turismo-e-audiovisual-brasileiras.pdf
Ministério do Turismo. (2008). Turismo cinematográfico brasileiro. Ministério do Turismo. Recuperado de: https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/segmentacao-do-turismo/turismo-cinematografico-brasileiro.pdf
Morelli, J. (2013, dezembro 20). Sinergia. Comunicando Psicologia. Recuperado de: https://comunicandopsicologia.blogspot.com/2013/12/sinergia.html
Nascimento, F. M. (2009). Cineturismo. Aleph.
Nicosia, E. (2015). The Marche Film Commission: a tool for promoting territorial development and regional tourism. Almatourism: Journal of Tourism, Culture and Territorial Development, 6(4), 161-179. Recuperado de: https://almatourism.unibo.it/article/view/4959
Paes, R. G., Körössy, N., & Melo, P. (2022). Marketing territorial para a atração de produções audiovisuais: um estudo das Film Commissions de São Paulo e Rio de Janeiro. RAE-IC: Revista de la Asociación Española de Investigación de la Comunicación, 9(17), 274-310. https://doi.org/10.24137/raeic.9.17.12
Rigaud, M. (2017). Recife, a “Hollywood brasileira”: Genealogia e conflitos de um território fílmico [Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Bahia]. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas.
Riley, R., Baker, D., & Van Doren, C. S. (1998). Movie induced tourism. Annals of Tourism Research, 25(4), 919-935.
Saltik, M., Coşar, Y., & Kozak, N. (2011). Film-induced tourism: A comparative study of the Harry Potter and Lord of the Rings film series. Pasos: Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 9(2), 151-160. https://doi.org/10.25145/j.pasos.2011.09.012
Schlüter, R. (2003). Metodologia da pesquisa em turismo e hotelaria. Aleph.
Silveira, V. P., & Baptista, M. L. C. (2020). Turismo e cinema: Produção cinematográfica e atratividade turística em Garibaldi-RS, Brasil. Rosa dos Ventos – Turismo e Hospitalidade, 12(4), 982-996. https://doi.org/10.18226/21789061.v12i4p982
Solot, S. (Ed.). (2015). Guia para film commissions no Brasil: Orientação básica para a implantação e operação de um escritório de apoio às produções audiovisuais em um município ou estado do Brasil. Latin American Training Center.
The Guardian. (2025, março 17). Avoid the White Lotus effect: Thailand travel without the tourists. The Guardian. Recuperado de: https://www.theguardian.com/travel/2025/mar/17/white-lotus-filming-location-setting-koh-samui-four-seasons
World Tourism Organization (UNWTO), & Netflix. (2021). Cultural affinity and screen tourism – The case of internet entertainment services. UNWTO.
Copyright (c) 2025 Turismo: Visão e Ação

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Turismo: Visão e Ação vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - Mestrado e Doutorado, é um periódico científico de publicação no sistema de fluxo contínuo, interdisciplinar e de alcance internacional, classificada, segundo os critérios Qualis/CAPES (2017-2020), como 'A3' na área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo. Registrada no ISSN sob o número 1983-7151, a Turismo: Visão e Ação iniciou suas atividades em 1998 com publicações impressas, nas versões inglês e português. Em 2008, transformou-se em publicação On-Line, com alcance maior do público interessado, mantendo como política de ser um periódico de acesso aberto e sem cobranças de taxas de submissão e acesso aos artigos. A Turismo: Visão e Ação (TVA) possui como título abreviado do periódico Tur., Visão e Ação, usado em bibliografias, notas de rodapé, referências e legendas bibliográficas.