CORRUPÇÃO, GOVERNO E MERCADO: PERVERSIDADES DE RELAÇÕES CLIENTELÍSTICAS
DOI:
https://doi.org/10.14210/nej.v22n3.p877-898Palavras-chave:
Corrupção, Mercado, Governo, Clientelismo, Democracia.Resumo
O presente trabalho pretende enfrentar o tema que envolve as relações entre corrupção, governo e mercado, e como elas retroalimentam cenários de clientelismo político perverso à Democracia – em especial no Brasil. A metodologia adotada foi a dedutiva, a partir de significativa abordagem teórica nacional e internacional sobre tais questões. Em termos de sínteses conclusivas, defende-se que o clientelismo político tem se prestado para reforçar os laços corruptivos entre mercado e governo, haja vista que opera a partir de uma lógica patrimonialista de poder e de seu exercício.Downloads
Referências
ABED, George T. & DAVOODI, Hamid R. Corruption, Structural Reforms, and Economic Performance in the Transition Economies. IMF Working Paper, nº 132, 2000.
ACUÑA CHAVERRI, Iván A. Elementos conceptuales del clientelismo político y sus repercusiones en la democracia. Revista Reflexiones, nº 88.2, 2009.
ALONSO, Angela. Império da Patronagem. São Paulo: Novos Estudos CEBRAP, v. 49, novembro de 1997.
ANDVIG, J.C. § MOENE K.O. How Corruption May Corrupt. Journal of Economic Behavior and Organization, nº 13, 1990.
AVELINO FILHO, George. Clientelismo e política no Brasil: revisitando velhos problemas. Novos Estudos CEBRAP, nº38, março 1994. BAALI, Fuad. Society, State and Urbanism: ibn Khaldun’s socilogical thought. Albany: State University New York Press, 1987.
BAHIA, Luiz Henrique Nunes. O poder do clientelismo: raízes e fundamentos da troca política. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
BARDHAN, Pranab. Corruption and Development: A Review of Issues. Journal of Economic Literature, nº35, 1997.
BASALDUA, Juan Ignacio Echano (Org.). Corrupción y Urbanismo. Cuadernos Penales José María Lidón, vol.5. Bilbao: Universidad de Deusto, 2008.
BHATTACHARYYA, S. § HODLER, R. Media freedom and democracy in the fight against corruption. European Journal of Political Economy, nº39, 2012.
BORON, Atilio. Estado, Capitalismo e Democracia na América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CARRANZA, Mario E. Rising Regional Powers and Foreign Policy Analysis. Disponível em: https://academic.oup.com/fpa/issue/13/2. Acesso em 17 abr. 2017.
CARVALHO, José Murilo de. A Construção da Ordem: a elite política imperial. Teatro das Sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CARVALHO, José Murilo de. Mandonismo, Coronelismo, Clientelismo: uma discussão conceitual. In: DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 40, nº2, 2005.
CLAPHAM, Christopher. Clientelism and the State. In: CLAPHAM, Christopher (Ed.). Private Patronage and Public Power. Political Clientelism in the Modern State. London: Palgrave Macmillan, 1982.
CROZIER, Michel; WATANUKI, Joji. The Crisis of Democracy: On the Governability of Democracies. New York: New York University Press, 1976.
DEZALAY, Yves § GARTH, Bryant. The Internationalization of Palace Wars: Lawyers, Economists and the Contest to Transform Latin American States. Chicago: University of Chicago Press, 2002.
DIAMOND, Larry. Introduction: In Search of Consolidation. In: DIAMOND, Larry; PLATTNER, Marc F.; CHU, Yan-han and TIEN, Hung-mao (Eds.). Consolidating the Third Wave Democracies: Themes and Perspectives. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1997.
DIAMOND, Larry; PLATTNER, Marc F.; CHU, Yan-han and TIEN, Hung-mao (Eds.). The Third Wave: Democratization in the Late Twentieth Century. Norman: University of Oklahoma Press, 1976.
DRURY, Alfred Cooper; KRIECKHAUS, Jonathan § LUSZTIG, Michael. Corruption, Democracy, and Economic Growth. International Political Science Review/Revue internationale de science politique, v.27, nº. 2, 2006. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/20445044. Acesso em: 17 abr. 2017.
DUARTE, Nestor. A ordem privada e a organização política nacional. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1939.
DUPAS, Gilberto. Tensões contemporâneas entre o público e o privado. São Paulo: Paz e Terra. 2005.
ELIAS, Norbert. A Sociedade de Corte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
ELLIOTT, Kimberly. Corruption and the Global Economy. Washington, D.C.: Institute for International Economics, 2004.
FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder. Rio de Janeiro: Globo, 2012.
FARIAS, Francisco Pereira de. Clientelismo e democracia capitalista: elementos para uma abordagem alternativa. Revista de Sociologia e Política, nº15. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2000.
FERNANDES, Florestan. Nova República? Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
FISHMAN, Raymond and MIGUEL, Edward. Economic Gangsters: Corruption, Violence and the Poverty of Nations. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.
FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho. Homens Livres na Ordem Escravocrata. São Paulo: Unesp, 1974.
GAY, Robert. Entre el clientelismo y el universalismo, reflexiones sobre la política popular em el Brasil urbano. In: AUYERO, Javier (comp.). ¿Favores por votos? Estudios sobre clientelismo político contemporáneo. Buenos Aires: Losada, 1997.
GLOBO.COM. Desonestidade, troca de favores, tramoias: conheça o retrato da corrupção no Brasil. Disponível em: HTTP://g1.globo.com/fantastico/videos/t/ edicoes/v/desonestidadetroca-de-favores-tramoias-conheca-o-retrato-da-corrupcao-no-brasil/3402345/. Acesso em: 10 abr. 2017.
GRAHAM, Richard. Clientelismo e política no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997.
GUERRERO, Manuel Alejandro & Eduardo RODRIGUEZ-OREGGIA. On the Individual Decision to Commit Corruption: A Methodological Complement. Journal of Economic Behavior & Organization, v. 65(2), 2008.
HALIM, Nafisa. Testing Alternative Theories of Bureaucratic Corruption in Less Developed Countries. Social Science Quarterly, v. 89(1), 2008.
HALL, Kath. Strategic Privatisation of Transnational Anti-Corruption Regulation. Australian Journal of Corporate Law 28, 2013.
HEIDENHEIMER, Arnold J.; JOHNSTON, Michael, and LE VINE, Victor T. (Eds.). Political Corruption: A Handbook. New Brunswick, NJ: Transaction Press, 2010.
HUNTINGTON, Samuel Phillips. Political Order in Changing Societies. New Haven: Yale University Press, 1978.
KALBERG, Stephen. Max Weber’s Types of Rationality: Cornerstones for the Analysis of Rationalization Processes in History. The American Journal of Sociology, v. 85, nº5, Chicago: The University of Chicago Press, 1980. Disponível em http://www.jstor.org/stable/2778894. Acesso em 100 abr. 2017.
LEAL, Rogério Gesta. Patologias Corruptivas nas relações entre Estado, Administração Pública e Sociedade: causas, consequências e tratamentos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2013.
LEAL, Rogério Gesta. A Responsabilidade penal do patrimônio ilícito como ferramenta de enfrentamento da criminalidade. Porto Alegre: FMP, 2017. Disponível em: http://www. fmp.edu.br/servicos/285/publicacoes/. Acesso em: 16 abr. 2017.
LESGART, Cecilia. Usos de la Transición a la Democracia. Ensayo, Ciencia y Política em la Década del ’80. Rosario: Homo Sapiens, 2003.
LINZ, Juan J., and STEPAN, Alfred. Problems of Democratic Transition and Consolidation: Southern Europe, South America, and Post-Communist Europe. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1996.
MCLEAY, Michael, RADIA, Amar and THOMAS, Ryland. Money in the modern economy: an introduction. In Bank’s Monetary Analysis Directorate. Disponível em: http://www.bankofengland.co.uk/publications/Documents/quarterlybulletin/ 2014/ qb14q1prereleasemoneyintro.pdf. Acesso em: em 10 abr. 2017.
MEDARD, Jean Franqois. Le rapport de clientele, du phenomene social a l’analyse politique. Revue Française de Science Politique, v. 26, 1978.
MÉSZAROS, István. Para além do Capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2002.
NICHOLS, Philip M. The Neomercantilist Fallacy and the contextual reality of the foreign corrupt practices act. Disponível em: http://harvardjol.com/wp-content/uploads/2016/02/ HLL108_crop.pdf. Acesso em: 15 mai. 2017.
NUNES, Edson. A gramática política no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
O’DONNELL, Guillermo. Delegative Democracy. Journal of Democracy 5, nº1, 1994.
O’DONNELL, Guillermo. Disonancias. Críticas Democráticas a la Democracia. Buenos Aires: Prometeo, 2007.
POLÁNYI, Karl. A grande transformação: as origens da nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 1980.
PORTA, D. D. Introdução à Ciência Política. Lisboa: Editorial Estampa, 2003.
PRANAB, Bardhan. Corruption and Development: A Review of Issues. Journal of Economic Literature, v. 35. September, 2003.
SCHMIDT, S. W; SCOTT, J. C.; LANDE, C. and GUASTI, L. Friends, Followers and Factions: A Reader in Political Clientelism. Berkeley: University of California Press, 1977.
SCHWARTZMAN, Simon. Bases do Autoritarismo Brasileiro. São Paulo: Campus, 1988.
SOUZA, Ricardo Luiz. Positivismo, Monarquismo, Autoritarismo, Coronelismo, Populismo - Reflexões Sobre a Política e História. Curitiba: Juruá, 2010.
SPALDING, Andrew Brady. Unwitting sanctions: understanding antibribery legislation as economic sanctions against emerging markets. Disponível em: http://www.floridalawreview. com/wp-content/uploads/2010/01/Spalding_ BOOK.pdf. Acesso em: 15 mai. 2017.
TEIXEIRA, M. J. & REVEZ, A. M. Velhos e Novos Actores Políticos. Partidos e Movimentos Sociais. Lisboa: Universidade Aberta, 2005. TOFFLER, Alvin. The third wave. New York: Bantam Books, 1980.
VIANNA, Luiz Weneck. Weber e interpretação do Brasil. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v. 53, março de 1999.
WEBER, Max. La institución estatal racional y los partidos políticos y parlamentos modernos (Sociologia del Estado). Economia y Sociedad. México: Fondo de Cultura Economica, 1969.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Na qualidade de autor(es) da colaboração, original e inédita, sobre o qual me(nos) responsabilizo(amos) civil e penalmente pelo seu conteúdo, após ter lido as diretrizes para autores, concordado(amos) plenamente com as Políticas Editorias da Revista Novos Estudos Jurídicos - NEJ e autorizo(amos) a publicação na rede mundial de computadores (Internet), permitindo, também, que sua linguagem possa ser reformulada, caso seja necessário, sem que me(nos) seja devido qualquer pagamento a título de direitos autorais, podendo qualquer interessado acessá-lo e/ou reproduzi-lo mediante download, desde que a reprodução e/ou publicação obedeçam as normas da ABNT e tenham a finalidade exclusiva de uso por quem a consulta a título de divulgação da produção acadêmico científico.