As redes sociais ocupam um papel central no cotidiano contemporâneo, influenciando as formas de interação, a construção da realidade e as experiências individuais e coletivas. Por trás dessa dinâmica, atuam os algoritmos, sistemas que exercem uma forma de poder sutil, porém decisiva, ao definir o que é visto, valorizado ou silenciado nas plataformas. No entanto, o modo como esses mecanismos operam mantem-se oculto ao olhar do público, tornando invisíveis os critérios que moldam a circulação da informação e a visibilidade dos sujeitos no ambiente digital. Pensando nisso, este artigo problematiza a neutralidade técnica dos algoritmos das redes sociais a partir das reflexões de D’Andréa (2020), Van Dijck & Poell (2013). Acreditamos que os algoritmos das redes sociais não são neutros, mas sim dispositivos de poder que moldam visibilidade, percepções e comportamentos, transformando interações humanas em dados monetizáveis e reforçando desigualdades sociais. A neutralidade aparente das plataformas mascara práticas de controle, vigilância e manipulação algorítmica.
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Revista Brasileira de Tecnologias Sociais, Volume 12, Número 1 - Janeiro a Junho de 2025
A Revista Brasileira de Tecnologias Sociais é uma publicação Qualis B1, de acordo com a classificação Qualis Periódicos CAPES 2017-2020.