A ciência e a literatura não são antagônicas. Partindo dessa premissa, esta pesquisa tem como objetivo investigar, sob o método da Análise do Discurso de Linha Francesa e da perspectiva Zoocrítica, as relações entre o homem, o animal e o ambiente, mediadas pelas obras Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e O Quinze, de Rachel de Queiroz, com vistas a uma sinalização das imbricações entre o ensino de Ciências e a Literatura. Como principais resultados, aponta-se que os discursos dos personagens (humanos e não humanos) demonstram a animalidade do humano e a senciência do animal não humano (“cachorra Baleia”), que apresenta sentimentos e emoções, evocados literariamente, revelando uma significativa articulação entre Ciência e Literatura. Portanto, a Zoocrítica é uma área inter e transdisciplinar que se lança no universo de interpretações integradas da realidade, emergindo, assim, uma compreensão mais complexa e profunda das relações ser humano-animais-ambiente.
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