Este trabalho pretende compreender o reflexo do colonialismo e do eurocentrismo na educação da Guiné-Bissau até a atualidade. Para isso, fazemos um panorama na trajetória da educação desde o período pré-colonização europeia, o período de colonização e de independência e as possibilidades educativas possíveis e necessárias da atualidade. Portanto, nos debruçamos sobre o modelo educativo para compreender as perspectivas violentas da imposição dos modelos educativos coloniais e ainda uma análise do modelo de educação que foi implementado também na luta contra o colonialismo nas zonas libertadas pelo PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde) para, enfim, pensar as possibilidades atuais que a educação permite para o desenvolvimento local, regional e nacional da Guiné-Bissau desde os pressupostos decoloniais. Por fim, compreendeu-se que os modelos educativos colonial e pós-independência, apesar de suas diferenças não representarem um processo de descolonização mental. A descolonização que aqui apontamos não se limita em não aceitar o pensamento do colonizador, mas antes, de assumir um novo rumo desde a realidade local para o global, invertendo a perspectiva eurocêntrica.
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