O rápido avanço das tecnologias de informação, comunicação e da biologia molecular no
fim do século XX e início do século XXI criou uma nova economia e política de signos, reconfigurando o
conceito de biopolítica proposto por Michel Foucault. Agora, a vida humana é produzida e subjetivada
por novas linguagens, baseadas em biomoléculas e algoritmos, que promovem novas formas de
armazenar e projetar a existência. Diante desse cenário, o “I Congresso Brasileiro de Políticas da
Vida na Era Digital” foi realizado na UNIVALI, com o objetivo de debater essas transformações. O
evento, que incluiu conferências e mesas-redondas, buscou aprofundar a compreensão de como a
digitalização e os avanços biotecnológicos impactam a construção de sujeitos e os modos de governo.
Organizado em parceria com grupos de pesquisa da UNIVALI, UFS e UFSC, o congresso se insere em
um projeto mais amplo que investiga as novas manifestações da biopolítica, como a transmutação
do “eu” em um “perfil” e a criação de organismos através da biotecnologia. O evento também visou
criar redes de pesquisa e parcerias interinstitucionais para a produção de trabalhos científicos. O
dossiê aqui apresentado reúne os debates realizados, destacando a urgência de discussões críticas
sobre como o capitalismo de vigilância e a governamentalidade algorítmica moldam a vida em suas
dimensões biomolecular e digital.

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