O conteúdo das aulas de Filosofia é motivo de discussões entre pesquisadores e professores. Alguns consideram que as aulas de filosofia devem se constituir em momentos de discussão de situações-problema do cotidiano e que o ensino, assim organizado, propicia o desenvolvimento do pensamento crítico, verificado pela capacidade argumentativa com que o aluno se posiciona diante de diversos problemas da realidade. Outros consideram que o ensino de filosofia deve proporcionar aos alunos o acesso ao conhecimento já produzido nesse campo e que, assim, os estudantes podem desenvolver um pensamento filosófico. Tanto em uma como em outra vertente, não fica claro como se dá o processo de interação entre os conceitos espontâneos e sistematizados nas aulas de filosofia. Por isso, realizamos uma investigação com o objetivo de compreender a relação entre o desenvolvimento dos conceitos espontâneos e filosóficos em uma atividade de ensino. O objeto de análise foi uma atividade de ensino desenvolvida em aulas da disciplina de Filosofia, com alunos do 4º ano do Ensino Médio Integrado do curso Técnico em Informática de um colégio estadual do Paraná. A atividade foi realizada com base em pressupostos da Teoria Histórico-Cultural. Na análise dos resultados percebemos que a apropriação dos conceitos filosóficos oferece ao aluno condições de aprofundar sua forma de interação com o mundo, já que esses conceitos, que são instrumentos simbólicos produzidos ao longo da história da filosofia, permitem que o aluno supere a opinião proveniente da experiência pessoal. Percebemos também que, no desenvolvimento do aluno, há uma relação de resistência e interdependência entre os conceitos espontâneos e os conceitos sistematizados da Filosofia. Palavras-chave: Ensino; aprendizagem conceitual; filosofia.